Investimento em educação inclusiva amplia acesso de quilombolas e indígenas à graduação

O resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 trouxe um dado que comprova o avanço da educação entre os povos e as comunidades tradicionais rumo ao Ensino Superior. A partir do investimento da rede estadual de ensino em 42 espaços escolares quilombolas e 71 unidades indígenas, por meio da política educacional inclusiva do governo estadual, estudantes quilombolas, indígenas e do campo conquistaram vagas em universidades públicas.O Estado registrou 21.963 aprovações no Sisu deste ano, ficando em terceiro lugar no ranking geral de estados com maior número de aprovados.Franciele Ribeiro, do Colégio Estadual Quilombola Luís José dos Santos, no distrito de Lage dos Negros, no município de Campo Formoso, está entre esses aprovados, conquistando uma vaga em Enfermagem na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus Senhor do Bonfim.“É um momento muito especial, porque sempre quis atuar na área da Saúde. Esta conquista é fruto de muito esforço e dedicação. Com o apoio e incentivo dos professores, criei uma rotina de estudos, revisando conteúdos e resolvendo exercícios. Espero servir de inspiração para outros estudantes quilombolas que sonham em ingressar na universidade”, comemora Franciele.Também celebra a vitória Heloísa Kalline Amorim, do Colégio Estadual Quilombola de São Tomé, no mesmo município, que foi aprovada para o curso de Fonoaudiologia, na Universidade Federal de Sergipe (UFS). “Toda semana eu resolvia diversas questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e de outros exames, além de escrever duas redações por semana. E, para garantir um bom desempenho nessas provas, adotei uma rotina de estudos, dedicando várias horas diárias à revisão de conteúdos e à prática de exercícios. Utilizei diversas fontes de estudo, como videoaulas, resumos e simulados para complementar meu aprendizado”, conta.Durante esse período, o apoio da direção da escola, incluindo suporte emocional, e dos professores foi crucial para a aprovação de Heloísa. “Essas histórias se multiplicam por toda a Bahia, evidenciando a força da educação pública na mudança de realidades”, ressalta a diretora de Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria da Educação do Estado (SEC), Poliana Reis.A gestora ressalta que ações como a própria criação da sua diretoria; a distribuição de materiais didáticos específicos; e a construção de documentos pedagógicos “garantem um ensino alinhado às identidades culturais dos estudantes”. Além disso, completa, a formação continuada dos professores inclui perspectivas antirracistas e metodologias que respeitam e valorizam os saberes dessas comunidades.Plano de açãoCom mais de 113 mil estudantes da rede estadual inscritos na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio, houve um aumento de 38% em comparação a 2023. Para apoiar esses jovens concluintes da Educação Básica durante todo o ano letivo até os dias de realização das provas do Enem, a SEC organizou o plano de ação “Tô com você no Enem”.O cronograma, alinhado ao Ministério da Educação, ofereceu uma série de atividades pedagógicas ao longo do ano, a exemplo do programa Universidade Para Todos (UPT), simulados, aulões e distribuição de materiais didáticos. A Plataforma Anísio Teixeira, no Portal da Educação, disponibilizou conteúdos digitais.
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