Escola no Sol Nascente-DF promove integração na periferia

A Escola Espírita Léon Denis, no Sol Nascente, no Distrito Federal, promoveu um encontro de integração entre estudantes, famílias, equipe docente, gestores e apoiadores da instituição. Com cerca de 80 alunos, de 3 a 6 anos, a escola oferece aulas em turno integral até o primeiro ano, com cinco refeições diárias, além de prestar acompanhamento socio pedagógico e familiar e realizar projetos sociais, cursos complementares para alunos e mães. 

Durante o evento, que aconteceu no último sábado, 8, a diretora Érica Voigt e o presidente do Centro Espírita O Consolador, Marco Aurélio de Macedo apresentaram a equipe técnica e as novas instalações físicas, que estão em fase final de obras de reforma para ampliar a capacidade de atendimento.

Um grupo do Centro Espírita Paulo de Tarso (@centroespiritapaulodetarso_df) entregou kits escolares contendo uniformes completos e brinquedos para todos os alunos, arrecadados na campanha de doação promovida no final do ano entre os trabalhadores da Casa e “padrinhos e madrinhas” voluntários.

Todo o trabalho administrativo, pedagógico, social e de orientação espiritual é mantido desde 2005 através de doações de particulares e instituições como o Centro Espírita Paulo de Tarso, no Lago Norte, em Brasília e o Centro Espírita O Consolador, no Sol Nascente. Um bazar para comercializar confecções, calçados e outros itens doados, que funciona aos sábados, terças e quintas-feiras, também compõe a renda institucional. O trabalho da instituição é apresentado em detalhes no site www.oconsolador.org.br e no instagram @osconsolador e pode ser apoiado através de doações pelo PIX : [email protected] ou por depósito bancário no Banco do Brasil. 

Para a coordenadora pedagógica Juliana Farias, apesar das dificuldades o trabalho compensa, conquista bons resultados e contribui para o desenvolvimento social, cultural e emocional de toda a comunidade. “Nossa equipe é especializada em Educação, está sempre procurando melhorar, atua com afetividade, é muito unida e determinada, faz a diferença na vida de nossas crianças” afirmou. Segundo ela, o currículo e o projeto pedagógico seguem as normas da Secretaria de Educação e esse ano uma das conquistas foi a implantação do primeiro ano da Educação Infantil. A instituição dispõe de pedagoga especializada para acompanhar alunos com transtorno do espectro autista (TEA) e planeja ampliar a área para lazer, cursos e esportes, como idiomas e jiu jitsu, abertos para as famílias. Pelo bom desempenho, a escola se tornou uma referência na região e recebe grande demanda para matrículas.

Histórico de lutas por direitos

Situada a 35km de Brasília, Sol Nascente se tornou a maior favela do Brasil, segundo dados da prévia Censo 2022, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, a região ultrapassou a Rocinha, no Rio de Janeiro, e conta com 32.081 domicílios e 70.908 moradores, enquanto a favela carioca tem 30.955 domicílios. 

Historicamente o lugar tinha chácaras produtivas que foram loteadas na década de 90, quando a ocupação se ampliou. Em 2019, com o crescimento regional, Sol Nascente virou mais uma região administrativa do DF e antes pertencia à Ceilândia, que tem 500 mil habitantes.

A comunidade local reivindica serviços de urbanização, transporte público, saúde, segurança e habitação, com mais investimentos públicos em infraestrutura. Algumas lideranças comunitárias contestam a definição de “favela”, preferem o conceito de “cidade” e lutam por um conjunto de serviços e melhorias para combater o estigma que se associa a imagem do lugar. 

Em 2016 um grupo de dez pessoas, dentre elas os jornalistas Davidson Pereira e Karla Alves, produziu o documentário “O sol nasceu para todos”, dirigido por Alan mano K, disponível no Youtube, que narra histórias de vida dos habitantes e suas lutas por direitos, destacando a criatividade artística, a economia e a diversidade cultural da cidade.

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