Conheça a história do Bairro do Guamá em Belém

O Guamá, bairro mais populoso de Belém, celebra aniversário em meio uma rica trajetória, costumes, cultura e personagens que fazem a diferença. Um bairro cheio de representatividade e peculiaridades. Fundado em 8 de fevereiro de 1728, o bairro do Guamá completa 297 anos de existência. O surgimento se deu a partir de uma carta do então rei de Portugal, Dom João V, a um nobre português, que vivia em terras paraenses, para que ele criasse a “Fazenda Tucunduba”, que posteriormente se chamaria Guamá.Com cerca de 100 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2022, o bairro do Guamá é o mais populoso de Belém. Entretanto, esse crescimento está atrelado a um triste período da história da cidade. O historiador José Messiano Ramos, autor do livro “Entre Dois Tempos: Breve História do Bairro do Guamá”, explica que o bairro foi um espaço específico para abrigar hospitais para o isolamento de pessoas que possuíam hanseníase, popularmente conhecido como lepra naquela época. Esses hospitais foram construídos no início do século XIX e perduraram até meados do século XX.“A urbanização do bairro se deu a partir da instalação desses hospitais, que duraram por mais de 120 anos. O hospital do Tucunduba foi o primeiro da Amazônia voltado para isolar pessoas com hanseníase. Além dele, havia mais dois hospitais de isolamento na área. Então, o aumento da população do bairro está bastante relacionado com essa questão. As famílias das pessoas internadas se mudavam para o Guamá com o objetivo de ficar perto dos parentes”, explica o historiador.Outro fator que contribuiu para a expansão populacional do bairro foi, de acordo com Messiano, a localização próxima do centro de Belém. Com os rios que atravessam o Guamá, nordestinos, pessoas vindas do interior do Pará, dentre outros imigrantes, começaram a se instalar na região.A triste história do crescimento do Guamá, cujo nome vem do vocabulário indígena “Rio que Chove”, foi ressignificada ao longo dos anos. Hoje, o bairro é conhecido pela alegria proporcionada, principalmente, pela sua cultura pulsante. A intensa produção cultural é, segundo o historiador, a principal característica do Guamá. “Aqui temos escolas de samba, com destaque para a ‘Bole Bole’, que é bem conhecida, grupos de boi, quadrilhas e vários terreiros de religiões de matrizes africanas”, pontua.Na rua 25 de Junho, há também uma grande biblioteca comunitária, que além de promover atividades voltadas à leitura, abriga um acervo com mais de 10 mil livros. “O bairro do Guamá é o território de maior incidência de artistas. Moro aqui há vinte anos, e lembro que sempre circularam na minha casa vários músicos, artesões, mestres da cultura. Aqui os moradores têm um sentimento de acolhimento e um referencial cultural muito grande”, ressalta o músico e compositor, Allan Carvalho, de 49 anos. O músico destaca também que uma das vias mais conhecidas do Guamá, a Passagem Pedreirinha, tem bloco de carnaval, o terreiro de mina mais antigo do Pará, escola de samba e o Boi Malhadinho, um dos principais bois do Estado.RevitalizaçãoDesde o início da gestão, o Guamá está na rota dos bairros que já receberam diversas ações da Prefeitura de Belém. Uma delas, foi a reforma e revitalização do Mercado da Farinha, que em breve será entregue à população.A obra, realizada por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedcon) e da Secretaria de Urbanismo (Seurb), vai beneficiar 160 permissionários que atuam no local, com a reforma de 113 boxes nos setores de farinha, confecção, mercearia, variedades, lanchonete e serviços. Além dos novos boxes, com cobertura metálica, reformas nas partes hidráulica e elétrica, também foram reformados 4 banheiros comuns, um banheiro para PCDs, três salas e um depósito.De acordo com o André Cunha, titular da Sedcon, a obra no Mercado da Farinha demonstra o compromisso que a Prefeitura de Belém tem com as feiras e os mercados da cidade. “Essa reforma é de fundamental importância e demostra o comprometimento que a atual gestão tem com todos os permissionários da cidade de Belém, dando a eles condições dignas de trabalho, uma estrutura de qualidade, um local extremamente preparado e equipado para que os comerciantes possam atender visitantes e turistas com mais qualidade”.Uma das beneficiadas com a obra no Mercado da Farinha é Kátia Luz, moradora do Guamá e trabalhadora do mercado há cinco anos. “A reforma melhorou bastante o meu trabalho. Antes, aqui era muito escuro e agora está bem iluminado. A estrutura também melhorou muito. A obra trouxe mais visibilidade para a fachada. Antes o nome do mercado era bem escondido, tinha gente que não via”, opina a comerciante, que atua no Mercado da Farinha com o conserto de calçados, bolsas, mochilas, malas e outros serviços.Outro mercado que está em reforma no bairro e será entregue pela Prefeitura de Belém é o Complexo de Abastecimento do Guamá, que beneficiará 240 permissionários.CONTEÚDOS RELACIONADOS:Lula e Jader Filho entregam moradias em Outeiro dia 14Belém terá plano emergencial para evitar queda de árvoresMegaoperação “Belém Limpa”A megaoperação “Belém Limpa”, da nova gestão da Prefeitura de Belém, tem sido realizada em várias ruas do bairro do Guamá, com serviços de macrodrenagem em bueiros na avenida Perimetral e retirada de lixo nos canais Santa Izabel II e Tucunduba. Além disso, logo no início de janeiro, houve um mutirão de limpeza no cemitério Santa Izabel, realizado por meio da Secretaria de Saneamento (Sesan).A ação contou com a participação de 75 pessoas privadas de liberdade, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Os trabalhadores realizaram atividades de capinação, varrição e pintura no local.Ilumina BelémPontos estratégicos do bairro do Guamá receberam equipes de manutenção do sistema de iluminação, do projeto “Ilumina Belém”, no dia 28 de janeiro. A ação teve o objetivo de substituir as lâmpadas antigas por novas luminárias de LED.Quer saber mais de Pará? Acesse o nosso canal no WhatsAppO trabalho de modernização da iluminação pública começou na avenida Perimetral, em frente à Universidade Federal do Pará, com a troca de luminárias em 11 pontos do Residencial Riacho Doce. Na ponte do Tucunduba foram instaladas quatro luminárias de LED e a substituição seguiu ao longo da avenida Tucunduba.O projeto “Ilumina Belém” já garantiu a instalação de luminárias de LED em mais de mil pontos da cidade.
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