Morte de gêmeas em Igrejinha: novos laudos não apontam envenenamento; mãe segue detida

As análises periciais dos corpos das gêmeas AP e MP., de seis anos, que morreram em um intervalo de oito dias em Igrejinha, no Rio Grande do Sul, indicaram que a causa dos óbitos é indeterminada. Os exames não detectaram a presença de veneno ou substâncias tóxicas nos restos mortais das crianças. Apesar disso, o Ministério Público (MP) reafirmou sua convicção de que a mãe das vítimas, G.B.D., teria matado as filhas. A mulher segue presa preventivamente.

Exames não encontraram substâncias tóxicas

O Instituto Geral de Perícias (IGP) analisou mais de cem substâncias químicas nos corpos das gêmeas, incluindo sedativos, pesticidas e venenos como arsênio. Nenhuma delas foi encontrada. A presença de formol foi detectada, mas os peritos destacaram que a substância é utilizada para conservação de corpos e não tem relação com os óbitos.

Hipótese de envenenamento foi a base da investigação

A Polícia Civil investigava a possibilidade de envenenamento como principal linha de apuração. No entanto, os exames toxicológicos, histopatológicos e outros procedimentos laboratoriais não apontaram evidências que confirmassem essa suspeita. Um laudo inicial indicou insuficiência respiratória como causa da morte de uma das crianças, mas o IGP ressaltou que a putrefação dos corpos dificultou a identificação da causa precisa dos óbitos.

MP mantém acusação contra a mãe

Mesmo sem a comprovação de envenenamento, o MP reforçou sua posição de que G.B.D. teria matado as filhas. A mulher é ré por duplo feminicídio e, segundo a acusação, os crimes foram cometidos com meio cruel e no contexto de violência doméstica. O MP argumenta que, apesar da falta de confirmação sobre a substância usada, outros elementos da investigação sustentam a responsabilidade da acusada.

Defesa pede soltura e trancamento do processo

O advogado de G.B.D. argumenta que, sem provas concretas de envenenamento ou intoxicação, o processo deve ser encerrado e sua cliente, libertada. A defesa também questiona a demora na inclusão da necropsia de Antônia no inquérito e critica a condução do caso pelas autoridades. Segundo o defensor, a ausência de evidências científicas invalida a acusação.

Investigação analisou dispositivos eletrônicos e local do crime

Durante a investigação, a polícia realizou perícias em dispositivos eletrônicos da acusada e na residência onde as gêmeas moravam. Não foram encontradas evidências digitais de pesquisas ou mensagens diretamente ligadas ao caso. No entanto, buscas feitas no Google em janeiro de 2024, posteriormente apagadas, indicam que G.B.D. pesquisou sobre a toxicidade de veneno de rato.

Outro elemento considerado suspeito foi o desaparecimento das imagens registradas por uma câmera de segurança da residência. A acusada relatou ao marido que um suposto ladrão furtou dinheiro da casa e levou consigo o cartão de memória que armazenava as gravações. A polícia interpretou essa alegação como uma possível tentativa de eliminar provas.

Próximos passos do processo

Com a investigação concluída e a denúncia aceita pela Justiça, o caso segue para julgamento. A defesa deve continuar contestando as provas e pedindo a liberdade da acusada, enquanto o MP sustenta a necessidade da manutenção da prisão preventiva. O desdobramento do processo dependerá das decisões judiciais nos próximos meses.

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