Desde denúncia do Ministério Público, Paulinho e Álvaro estão em Brasília

Desde a divulgação da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) contra o prefeito Paulinho Freire (União Brasil), a vice-prefeita Joanna Guerra (Republicanos), o ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e os vereadores Daniell Rendall (Republicanos) e Irapoã Nóbrega (Republicanos), por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2024, o atual gestor da capital potiguar viajou para Brasília, em agenda não informada pela Prefeitura de Natal.

A reportagem da Agência Saiba Mais questionou a Secretaria de Comunicação (Secom) sobre a confirmação da viagem do prefeito à capital federal, bem como pedindo informações sobre a agenda oficial de Paulinho Freire em Brasília e quando Paulinho retornaria a Natal, mas não obtivemos retorno até o fechamento da matéria.

A confirmação de que Paulinho Freire viajou a Brasília foi possível graças a uma publicação nas redes sociais do ex-prefeito Álvaro Dias, que compartilhou uma foto com o prefeito seguida de legenda informando eles estavam na Câmara dos Deputados “acompanhando a votação que vai definir o novo presidente do Congresso [Nacional]”.

A eleição dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, aconteceu no último sábado (1º), marcando a abertura do ano legislativo no Congresso Nacional.

Essa foi a única imagem registrada de Paulinho Freire em Brasília. Em suas redes sociais, o prefeito não fez nenhuma publicação informando que agendas estaria cumprindo na capital federal.

A ação do Ministério Público pede a cassação do prefeito Paulinho Freire, da vice-prefeita Joanna Guerra e dos vereadores Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega, além da decretação da inelegibilidade deles e do ex-prefeito Álvaro Dias pelo prazo de oito anos. O MP também pede que os investigados sejam condenados ao pagamento de multa.

De acordo com o Ministério Público, Álvaro Dias “orquestrou” o esquema eleitoral, loteando as secretarias, órgãos e entidades municipais, para favorecer as campanhas de Paulinho e Joanna e dos vereadores Rendall e Irapoã.

Entre as provas apresentadas na ação ajuizada pelo Ministério Público, há depoimentos de testemunhas, áudios e prints de conversas no WhatsApp, listagens de terceirizados e comissionados que eram obrigados a participar de eventos de campanha dos investigados e relação de pessoas indicadas para empresas terceirizadas em troca de voto para as candidaturas apoiadas pelo ex-prefeito Álvaro Dias.

Empregados terceirizados e servidores comissionados, segundo a denúncia do MP, eram ameaçados de demissão, obrigados a participar de eventos de campanha e tinham de demonstrar seu apoio publicamente compartilhando material de campanha em suas redes sociais.

A coação foi confirmada em depoimentos de empregados terceirizados que foram demitidos por não declararem apoio a Paulinho Freire. Um deles disse ao Ministério Público que todos os terceirizados foram obrigados a trabalhar como fiscais da campanha do prefeito no dia da eleição.

Quem também prestou depoimento ao Ministério Público foi a ex-vereadora Margarete Régia (PROS), que apoiou Paulinho Freire no primeiro turno, mas no segundo turno aderiu à campanha da deputada federal Natália Bonavides (PT).

Descontente com o tratamento recebido da campanha de Paulinho, ela denunciou o favorecimento e as “benesses” para candidatos apoiados pelo ex-prefeito Álvaro Dias, implicando principalmente o vereador eleito Daniell Rendall.

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