Natália diz que ação é “ponta do iceberg” dos “crimes eleitorais” de Álvaro e Paulinho

A deputada federal Natália Bonavides (PT), adversária do prefeito eleito Paulinho Freire (União Brasil) no segundo turno das eleições de 2024, afirmou que a ação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) pedindo a cassação dos mandatos e a inelegibilidade do gestor e de sua vice, Joanna Guerra (Republicanos), “é apenas uma pequena parte dos crimes eleitorais que aconteceram naquele período”.

Em publicação no X, antigo Twitter, Natália repostou um vídeo com trecho de um dos debates realizados no segundo turno em que ele questiona o então candidato Paulinho Freire sobre a utilização da máquina pública da Prefeitura de Natal para beneficiar a chapa dele e de Joanna Guerra.

“Denunciamos, durante toda a campanha de 2024, o uso da máquina pública para coagir servidores e garantir votos. O Ministério Público do RN escancara hoje a ponta de um grande iceberg”, escreveu a deputada.

Álvaro mobilizou “toda a estrutura da gestão” para favorecer Paulinho

Um dos trechos da denúncia do Ministério Público afirma que “toda a estrutura da gestão do prefeito Álvaro Dias [Republicanos] foi convocada para, no âmbito de suas respectivas secretarias, órgãos e entidades, direcionarem a atuação da máquina administrativa municipal, no afã de beneficiar os candidatos apoiados pelo prefeito, notadamente, em favor do candidato Sr. Paulinho Freire e da vice-prefeita, Sra. Joanna Guerra”.

Natália também destacou que, em ação realizada pelo Ministério Público no dia 7 de dezembro de 2024, foi apreendida uma planilha com nomes de servidores terceirizados na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtas), com a anotação de “não postou”, indicando que a referida pessoa não teria compartilhado em suas redes sociais o conteúdo das campanhas dos investigados.

A deputada também ressaltou que, segundo a denúncia do Ministério Público, “a coação dos servidores era operacionalizada em grupos de WhatsApp, com cargos comissionados e empregados terceirizados”. “Lá as pessoas eram coagidas a irem aos eventos de campanha do candidato do prefeito de Natal”, comentou.

Trecho da ação do Ministério Público.

“Conforme dados coletados, há evidências de que a prática do abuso do poder político e econômico junto aos cargos comissionados e empregados terceirizados foi operacionalizada por meio da criação de grupos de WhatsApp, nos quais eram inseridas pessoas ocupantes de cargos comissionados e empregados terceirizados, que eram gerenciados por secretários, operadores de campanha, ou mesmo pelo próprio candidato, informando o dia e a hora dos eventos políticos para os quais os servidores/empregados deveriam comparecer em favor do candidato a vereador apoiado e do candidato a prefeito, Paulo Eduardo da Costa Freire e da candidata a vice-prefeita, Sra. Joanna Guerra”, diz o trecho da ação do MP.

Para o Ministério Público, ficou “claramente constatado” que esses agentes políticos “foram os designados para ‘conduzir’ os servidores comissionados e empregados terceirizados a eles subordinados aos eventos políticos realizados” em favor do então candidato prefeito Paulinho Freire e da sua vice Joanna Guerra, “como também em favor dos vereadores por aqueles apoiados, a partir do loteamento das secretarias”.

Esquema teve “ordem e concordância” de Álvaro Dias

O Ministério Público sublinhou, ainda, que o uso da máquina pública para favorecer a candidatura de Paulinho e Joanna Guerra, além dos vereadores eleitos Daniell Rendall e Irapuã Nóbrega, ambos do Republicanos, que também são alvos da ação, “não seria possível sem que houvesse a ordem e concordância do prefeito, Álvaro Dias”.

“Houve a articulação de praticamente todos os órgãos/pastas e entes vinculados à administração do Prefeito Álvaro Dias no afã de apoiar a candidatura do Sr.

Paulinho Freire e da Sra. Joanna Guerra”, cita trecho da ação, acrescentando que os vereadores eleitos Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega foram beneficiados pelo “loteamento das secretarias do município”.

Em outro trecho da ação, é destacado que “a magnitude do esquema de favorecimento dos candidatos apoiados pelo prefeito de Natal, Álvaro Dias, perpassou toda a estrutura de pessoal de servidores comissionados e empregados terceirizados que laboram junto à máquina municipal, atingindo diretamente as famílias que dependiam do trabalho em questão para a respectiva subsistência, fato esse multiplicador de votos”.

Os empregados terceirizados e cargos comissionados que não seguissem a determinação de votar nos candidatos apoiados pelo prefeito, segundo apontado pelo Ministério Público, através de um arsenal de provas que incluem depoimentos, gravações de áudios e prints de conversas em grupos de WhatsApp, eram sumariamente exonerados.

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