Grupo A. Gaspar inaugura hotel de luxo e reforça aposta no potencial turístico de Natal

O Grupo A. Gaspar oficializou a abertura do Costeira Palace Hotel, um empreendimento de luxo com sistema all inclusive, localizado na Via Costeira, em Natal. O hotel conta com 360 apartamentos e promete impulsionar o turismo local, gerando até 400 empregos diretos quando estiver operando em plena capacidade.

O diretor comercial e de marketing do grupo, Ruy Gaspar, destacou que a decisão de investir no Costeira Palace reflete a confiança no crescimento do turismo da capital potiguar. “Sempre acreditei no turismo da nossa cidade, do nosso estado, e aposto nisso. Creio que o pior já passou e estamos vivendo um novo momento. Natal foi eleita a capital mais segura do Nordeste e teve a engorda de Ponta Negra concluída, o que deve trazer um impacto positivo para o setor”, afirmou.

A reabertura do hotel exigiu um investimento muito superior ao inicialmente previsto. Segundo Ruy Gaspar, a compra do empreendimento foi feita em leilão por R$ 33,5 milhões, mas as reformas e adequações necessárias multiplicaram os custos. “O hotel estava totalmente destruído, sem fiação, sem instalação elétrica, hidráulica ou subestação. O que eu esperava gastar em torno de R$ 20 milhões, acabou saindo cinco vezes mais”, explicou.

Aposta no sistema all inclusive

O Costeira Palace adota o modelo all inclusive, no qual os hóspedes têm acesso ilimitado a alimentação e bebidas durante a estadia. Segundo Ruy Gaspar, essa é uma tendência crescente no setor hoteleiro. “O cliente quer prever os custos da viagem e não se preocupar com contas extras. Ele paga uma única vez e tem tudo incluído”, disse.

O hotel contará com uma estrutura diferenciada, incluindo grande parque aquático, piscina de hidromassagem aquecida, academia, salão de jogos e espaço kids. Além disso, Gaspar enfatizou que pretende oferecer um padrão de qualidade superior ao esperado. “Nossa ideia é um quatro estrelas luxo, mas que o cliente se sinta em um cinco estrelas. Queremos ser o melhor quatro estrelas do Brasil”, afirmou.

Geração de empregos e impacto na economia

A inauguração do Costeira Palace representa um impacto significativo na geração de empregos em Natal. No momento, o hotel opera com cerca de 150 a 200 funcionários, mas, conforme a ocupação aumentar, o quadro deve chegar a 350 a 400 empregos diretos e até 12 mil indiretos.

Gaspar também ressaltou a importância do setor hoteleiro para a arrecadação municipal. “Gostaria que esses números fossem revelados à população. Sou o maior pagador de ISS da hotelaria de Natal, e com o Costeira Palace, posso me tornar o maior contribuinte de ISS da cidade”, destacou.

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Hotel opera com cerca de 150 a 200 funcionários, mas, conforme a ocupação aumentar, o quadro deve chegar a 350 a 400 empregos diretos. Foto: Reprodução / Instagram

Desafios do turismo em Natal

Apesar do otimismo com o novo empreendimento, Ruy Gaspar alertou para desafios no setor turístico da cidade. O cancelamento de voos diretos para Natal, incluindo as rotas da Latam (Galeão-Natal) e da Azul (Fernando de Noronha e Minas Gerais), preocupa empresários do setor.

“A passagem Natal-Lisboa é mais cara que a São Paulo-Lisboa, mesmo com três horas a menos de voo. Em João Pessoa, os voos são mais baratos que em Natal. Isso afeta diretamente nossa competitividade”, criticou.

Gaspar também defendeu a modernização da infraestrutura turística, citando a necessidade de melhor aproveitamento de pontos históricos como o Forte dos Reis Magos e a Rampa do Rio Potengi. “Sonho em ver um restaurante no Forte dos Reis Magos ou na Rampa, que permita ao visitante jantar com vista para o Rio Potengi e o pôr do sol”, sugeriu.

O empresário também destacou a necessidade de renovação da frota de bugues turísticos, um dos principais atrativos das praias do estado. “Os bugues já são velhos, da década de 1980. Poderia haver incentivos para que os bugueiros adquirissem veículos novos, melhorando a experiência dos turistas”, pontuou.

Perspectivas para o futuro

O Costeira Palace inicia suas operações gradualmente, com ocupação inicial de 20 a 30 apartamentos, e Gaspar prevê que os primeiros meses serão desafiadores. “Estou preparado para um período difícil entre fevereiro e junho. Mas, a partir de julho, espero que o hotel já caminhe com as próprias pernas e não precise de suporte financeiro do Ocean Palace”, explicou.

Apesar dos desafios, Gaspar se mantém otimista com o futuro do turismo em Natal. “Acredito no trabalho conjunto entre setor privado, Prefeitura e Governo do Estado. Temos potencial para crescer muito e transformar nossa cidade em um dos principais destinos turísticos do Brasil”, concluiu.

Ruy Gaspar defende retomada de modelo de parceria criado nos governos Garibaldi e Wilma para promover turismo

Ruy Gaspar defendeu a reativação de um modelo de parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Natal e o setor privado para fortalecer a promoção turística do Rio Grande do Norte. O formato, adotado durante os governos de Garibaldi Alves Filho e Wilma de Faria, previa a divisão dos investimentos entre o Estado (50%), a Prefeitura (30%) e a iniciativa privada (20%).

Gaspar destacou que a medida foi essencial para ampliar a divulgação do destino potiguar em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraindo mais turistas e fomentando a economia local. “Esse modelo já funcionou no passado e poderia ser retomado para fortalecer o turismo do nosso estado. Na época em que fui secretário de Turismo, conseguimos levar municípios que nunca haviam participado de feiras internacionais, como Mossoró, São Miguel do Gostoso e Santa Cruz, e isso ajudou a dar mais visibilidade ao RN”, afirmou.

O empresário também lembrou que iniciativas como essa são fundamentais para aumentar a competitividade do turismo potiguar frente a destinos concorrentes, como João Pessoa, Maceió e Fortaleza. “É preciso que haja um alinhamento entre o poder público e a iniciativa privada para que possamos investir em promoção turística de forma consistente e planejada”, pontuou.

Gaspar ressaltou ainda que a retomada da parceria ajudaria a impulsionar o turismo internacional, garantindo incentivos para atrair voos diretos de outros países. “Cada voo semanal que chega ao estado movimenta cerca de 8 milhões de dólares na economia local, gerando empregos e arrecadação. Precisamos criar mecanismos que tornem o Rio Grande do Norte mais atrativo para essas operações”, disse.

A proposta será discutida com representantes do setor turístico e autoridades estaduais e municipais, na tentativa de viabilizar a reedição do modelo de fomento à promoção do destino potiguar.

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