Para defender golpistas, Rogério usa fake news contra Dilma e Miriam Leitão

Em entrevista à CNN Brasil, na última sexta-feira (31), o senador Rogério Marinho voltou a defender a anistia para os golpistas condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília (DF). De acordo com ele, o perdão aos criminosos seria a única forma de “pacificar o país”. Para defender sua tese, o bolsonarista recorreu a duas fake news ao afirmar que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a jornalista Miriam Leitão teriam sido anistiadas depois de “assaltarem bancos”. Nenhuma delas foi acusada ou presa por esse crime, muito menos foram anistiadas.

A notícia foi dada pela coluna do jornalista Guilherme Amado no “Platô BR”. “A Dilma Rousseff, ela assaltou um banco. A Míriam Leitão da mesma forma. O Gabeira, nosso amigo Gabeira, ele foi processado por sequestro. Crimes de morte foram perdoados. José Dirceu. José Guimarães. Brizola, que já faleceu. Arraes. Todos eles foram perdoados. Foram anistiados, reincorporados à vida pública”, disse o senador à CNN Brasil.

Em Março de 2023, a agência de checagem de notícias “Aos Fatos” já havia desmentido a fake news sobre o envolvimento de Dilma em assalto a banco na época da ditadura, que ressurgiram naquele ano após a nomeação dela como presidente do Banco dos Brics, o bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

De acordo com a agência, não há nenhum registro da participação da ex-presidente em assaltos a bancos, tampou de que ela tenha sido julgada por isso. Durante a ditadura, Dilma integrou a organização Colina (Comando de Libertação Nacional), que se uniu à VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), em 1969, para criar a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).

A ex-presidente, no entanto, nunca participou da luta armada. Ela foi condenada a seis anos e um mês de prisão pelo Tribunal Militar em 1970, foi torturada durante três anos e teve os direitos políticos cassados. Dilma foi libertada em 1972, após obter uma redução da pena junto ao STM (Superior Tribunal Militar), sem nunca ter obtido anistia, ao contrário do que afirmou Rogério Marinho.

A jornalista Miriam Leitão também nunca participou de assalto a banco nem foi anistiada, como mentiu novamente o senador potiguar. A fake news foi desmentida em novembro de 2024 pelo serviço de checagem de notícias do G1.

Miriam Leitão foi presa em 1972, mas por fazer parte do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que era considerado “subversivo” pela ditadura militar, não por assalto a banco. Ela também não foi anistiada.

Em nota enviada após a entrevista, Rogério Marinho retirou as afirmações sobre Míriam Leitão, mas manteve a fake news contra Dilma Rousseff, insistindo no pedido de anistia para os bolsonaristas condenados pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

“Na entrevista concedida à CNN na data desta sexta-feira (31), a afirmação de que Míriam Leitão foi condenada e anistiada estava equivocada. Com relação aos demais citados, que foram condenados por crimes, reiteramos que foi a anistia o instrumento que permitiu a pacificação do país naquele momento e que deve, novamente, servir ao mesmo propósito”, disse o senador.

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