A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) afirmou que irá conversar com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o projeto que propõe o fim da escala de trabalho 6×1. A parlamentar destacou a importância de discutir a proposta com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cuja liderança ainda está em negociação entre União Brasil e PP.
“Preciso conversar com ele. Primeiro preciso saber com quem fica a CCJ, porque isso é uma pauta importante”, disse. Erika lembrou que, em 2024, a CCJ foi comandada pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), o que dificultou a tramitação de propostas progressistas.
“Nós não protocolamos o texto no ano passado por conta da condução da CCJ, porque era extremamente bolsonarista e nós já sabíamos o que ia acontecer. Esse ano, deve não ser tão bolsonarista”, afirmou, em entrevista à CNN.
A deputada também sugeriu a possibilidade de criar um vídeo explicativo sobre a proposta, semelhante ao que fez para o “caso do Pix”, publicado em janeiro deste ano. “Talvez a escala 6×1 também peça um vídeo como esse”, disse. No entanto, ela ressaltou que é necessário dialogar primeiro com Hugo Motta.
“Acho que pode ser importante, sim, e quem sabe nesse ano. Mas não antes de dialogar com o novo presidente da Casa. Eu preciso saber qual será a posição da mesa diante desse tema”, completou.
PEC de Erika alcançou quórum para tramitar na Câmara
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Erika Hilton já alcançou o número mínimo de assinaturas para tramitar na Câmara. São necessárias as assinaturas de ao menos 171 dos 513 deputados, e o projeto deve ser protocolado após o recesso parlamentar, que terminou neste sábado.
A PEC, que busca equilibrar as necessidades econômicas das empresas com o direito dos trabalhadores a uma vida digna e a condições de trabalho que favoreçam sua saúde e bem-estar, propõe a redução da jornada de trabalho para quatro dias por semana, alterando o inciso XIII do artigo 7º da Constituição Federal.
No texto, Erika Hilton argumenta que a medida reflete um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis, alinhados aos princípios de justiça social e desenvolvimento sustentável.
“A proposta à Constituição Federal reflete um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis aos trabalhadores, reconhecendo a necessidade de adaptação às novas realidades do mercado de trabalho e às demandas por melhor qualidade de vida dos trabalhadores e de seus familiares”, afirmou a deputada.