Celebração do dia de Iemanjá no Rio de Janeiro Foto: Wilton Junior/Estadão
Conforme D’Ambrosio, vale lembrar ainda que todas as Nossas Senhoras são, na verdade, a própria Virgem Maria, vista de várias formas diferentes. “É Nossa Senhora Aparecida no Brasil; é a Virgem de Guadalupe no México. A Nossa Senhora dos Navegantes está muito ligada à ideia de conquistar novos locais. Aqueles que viajam pelo mar pedem proteção especialmente para ela”, disse. Também é conhecida como a padroeira dos marinheiros, pescadores e jangadeiros.Já Iemanjá é considerada a mãe de quase todos os orixás dentro do Candomblé e da Umbanda. “Tem uma ideia de ser praticamente o ventre do mundo, por estar relacionada com as águas. Também é associada à ideia de reger o destino de todos aqueles que entram ou vivem perto do mar”, afirmou.Patrimônio cultural imaterial de Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza, a festa de Iemanjá completa 103 anos de tradição na capital baiana, onde os devotos levam flores brancas em homenagem a ela. Festas de Iemanjá, que também é conhecida como Odoyá, também são comuns no Rio de Janeiro, Natal, Fortaleza e São Luís.Em algumas ocasiões, Iemanjá é chamada também de Afrodite brasileira. “Todos lembram da imagem clássica do quadro O Nascimento de Vênus do pintor italiano Sandro Botticelli. Na tela, Vênus (na mitologia romana) ou Afrodite (na mitologia grega) emerge das águas do mar sobre uma concha. Com isso, também existe a relação do amor. Muitas vezes, Iemanjá é referenciada como divindade a qual os apaixonados pedem por suas demandas afetivas e amorosas”, acrescentou D’Ambrosio.Embora a Nossa Senhora dos Navegantes e a Iemanjá tenham cada uma a sua tradição, ambas estão ligadas pelo mar. “Também funciona como um símbolo do nascimento da vida, do útero materno e da proteção do ser humano”, concluiu o especialista. / COM AGÊNCIA BRASIL