A macaxeira faz bem para saúde do intestino, diz estudo feito por brasileiros

Muito comum no cardápio diário de milhões de brasileiros, a mandioca, também chamada de aipim ou macaxeira, mostrou que é benéfica para a saúde do intestino em um estudo realizado por pesquisadores brasileiros.

“Os resultados mostram que as cultivares de mandioca causaram mudanças benéficas na composição e na atividade metabólica da microbiota intestinal humana de celíacos. As cultivares OUR e UPI (tipos de mandioca) do Nordeste e Sul do Brasil podem ser consideradas potenciais ingredientes prebióticos para uso na formulação de alimentos funcionais e suplementos alimentares”, escreveram os autores do estudo.

De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica “Food Research International”, a raiz tem potencial prebiótico, o que significa que ela estimula o crescimento e a atividade de bactérias favoráveis ao intestino.

O alimento também se mostrou uma opção vantajosa para pessoas celíacas, isto é, aquelas que apresentam intolerância ao glúten (proteína presente na aveia, no trigo, no centeio e seus derivados) podem incluí-la na rotina alimentar.

A equipe de cientistas analisou amostras de diferentes tipos de cultivos de mandioca. A partir deles, estudaram a composição química de forma detalhada e também avaliaram os efeitos do consumo da raiz no organismo através de testes feitos no decorrer do processo de digestão.

Segundo a nutricionista Viviana Navarro, pós-graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) — que não participou do estudo, mas é especialista no assunto —, as descobertas representam uma boa notícia, já que a macaxeira é um ingrediente comum no país e de custo relativamente baixo. Aliado a isso, o fato de que ela favorece o equilíbrio da microbiota, melhorando a atividade intestinal, influencia diretamente nas nossas emoções.

— O intestino é considerado o nosso segundo cérebro. Boa parte das nossas emoções são reguladas pela microbiota intestinal. Inclusive, a maior parte da serotonina (conhecida como hormônio do bem-estar), de 70% a 90%, é produzida no intestino — explica Viviana.

Outro aspecto destacado pela nutricionista é que a pesquisa também aborda o fato de a raiz ser naturalmente isenta de glúten:

— O que oferece uma alternativa segura e nutritiva para que pessoas com doença celíaca consigam substituir alimentos como o pão no café da manhã.

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