“Vá catá coquinho”

Não há outra palavra para a atitude de um homem que acredita que, assinando um decreto, pessoas Trans deixarão de existir ou de lutar por suas existências: ARROGÂNCIA. 

Mas além dessa arrogância, há também desconhecimento, preconceito e insegurança. Sim, insegurança de si mesmo, de suas convicções, de suas “verdades”… Pessoas Trans põem em xeque muitos delas. 

“Não é nada disso!” – os defensores dirão! Então é por quê? É ódio gratuito, mesmo? É por que a Bíblia manda odiar essas pessoas? É por que esse homem se acha melhor, superior, exemplo a ser seguido por sua beleza, virtudes e competências? Arrogantes destilam ódio. Afinal, os “outros” têm menos valor. Porém, no fundo, disfarçam suas inseguranças agindo assim.

Wilfred Bion, um renomado psicanalista britânico, “define a arrogância como uma defesa contra inseguranças profundas. Em vez de enfrentar suas fraquezas, as pessoas arrogantes se sentem superiores, criando uma barreira emocional.” Mas a ciência não serve pra convencer gente assim há muito tempo!

Meninos/as mimados/as, donos/as da bola comprada pelos pais, aqueles valentões de filme adolescente “americano”, “as patricinhas de Bervely Hills” compactuam dessa arrogância e acreditam que, com ela, são Deuses. E, portanto, têm poder para decidir sobre as vidas alheias. Sobretudo daquelas pessoas que a sociedade vulnerabilizou.

Para que eu seja bonito/a, tenho que encontrar a pessoa “feia”; para ser forte, bato na fraca; para ser hétero, mato as bichas, Trans/Travestis (não antes de desfrutar às escondidas de nossos corpos e prazeres “proibidos”)

Na verdade, eu não me acho tão bonito/a, nem tão forte, e minha sexualidade, sobretudo se for “machoheterotop”, trinca seus alicerces quando me vejo desejando a Travesti. Pessoas Trans põem em xeque muitas coisas.

Então vamos atacar, vamos perseguir, vamos caçar, vamos proibir, vamos tratá-las como doentes, como loucas, como epidêmicas… Vamos assinar um decreto e dizer que na “América” só há dois gêneros.

Aconselho aos “americanos brancos cristãos héteros” a leitura do artigo: Nativos norte-americanos reconheciam cinco gêneros – Antes da imposição europeia dos gêneros masculino e feminino, sociedades indígenas reconheciam muitos outros. Tá publicado nesse link: https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/os-nativos-norte-americanos-reconheciam-cinco-generos.phtml

Só pra saber que na “América” – que não se resume somente aos EUA, como algumas pessoas desinstruídas, mas que se acham, pessoas com egos inflados de arrogância – masculino e feminino eram só dois de tantos outros gêneros sexuais e identitários.

Mas esse tipo de informação é fruto de pesquisa científica. E ciência não sabe mais que o achismo de um arrogante, não é mesmo? Essa gente pomposa que, quando começa a encher muito, tem mais é que ser mandada à merda. 

Acho que nunca ninguém mandou “catá coquinho” o saco de pipoca laranja arrogante estadunidense (como foi nomeado o atual presidente dos EUA por minha amiga Thábatta Pimenta, vereadora de Natal). Então, dar-me-ei a honra para fazê-lo: Hei, seu menino arrogante mal pintado de laranja, “VÁ CATÁ COQUINHO!” ou “GO COLLECT LITTLE COCONUTS!” na “melhor” tradução Google. (HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!) Seu decreto não vale nada! Nossas vidas, sim! E iremos brigar por elas, hoje e sempre!

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