Arthur Lira cobra “arrumação” no governo Lula

Arthur Lira (PP-AL) está encerrando seu mandato como presidente da Câmara dos Deputados e neste sábado (1o) estará sendo substituído pelo paraibano Hugo Motta,  numa arrticulação comandada pelo próprio parlamentar alagoano.
Cogitado para ser indicado ministro, ele concedeu a “O Globo” uma das suas últimas entrevistas, veiculad edição de ontem (31) do jornal, cobrando uma melhor articulação política do governo no Congresso, defendendo uma mudança que vá além da composição dos ministérios e sugerindo que o governo Lula (PT) deve passar por uma “arrumação” para reverter a queda da popularidade.
Uma síntese das declarações de Arthur Lira a “O Globo”:
 
“O governo está com déficit, dificuldades no Parlamento, na relação institucional. É preciso solucionar.”
 
“É fato que é necessária uma reforma ministerial […]. Ainda acho que o Senado ficou mais prestigiado que a Câmara e, no final, a Câmara votou mais fácil com o governo do que o Senado. Existem partidos que estão menos representados e dão mais votos. O governo deve ajustar isso.”
 
“Há um desencontro do governo com o próprio governo, entre áreas do governo. Não há uma sintonia. Mas é o momento agora de tentar fazer, olhando para todos os aspectos, inclusive econômicos.”
 
“Nunca tive conversas com Lula sobre ministério, nem com nenhum membro do governo. Não tenho respostas para algo que nunca foi conversado. Minha obrigação é deixar a presidência com a cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido.”
 
Não é com uma varinha de condão que vai resolver. Eu tenho a impressão de que o governo vai ter que arrumar do primeiro andar para a cobertura. Não adianta mudar só a cobertura. O primeiro andar é a economia, emprego, inflação. É o sentimento popular, se há alguma coisa melhorando a vida. Depois [no segundo andar], tem a credibilidade política.”
 
Deve haver arrumação de baixo para cima. Só em cima, não salvará, não resolverá.”
 
Sempre defendemos a transparência e sempre defenderei as emendas. Elas têm uma função social importante. Para obras estruturantes, de saúde, saneamento e para o povo. Coisas que nenhum ministro tem condições de enxergar. As desvirtuações disso são caso de polícia, não de política […]. Mas, essa discussão vai perdurar por algum tempo, porque estamos falando de disputa de poder.”

 
“Hoje, fala-se em ‘rastreabilidade’. Sempre se soube de onde vinha a emenda. Na obra, o prefeito, o deputado, sempre falaram com orgulho da realização para aquele lugar. É claro que tudo está documentado.”
 
Hoje temos Lula e Bolsonaro como únicos candidatos da esquerda e da direita, é assim que vejo. Bolsonaro está tão inelegível quanto Lula esteve preso em 2018. A nossa Constituição traz brechas para isso.” 

 
“A decisão de apoiar um ou outro precisa ser muito amadurecida. Hoje, o PP não tem essa decisão clara de que iremos para cá ou para lá.”
 
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