Ele surgiu com a camisa 10 e faixa na testa, em meio a fogos de artifício e sob o coro em uníssono de mais de 10 mil santistas: “olê, olè, olê, olá, Neymar, Neymar”. “Estou muito contente. Vivemos muitos momentos bons no passado, mas tenho certeza que vamos viver mais”, foram as primeiras palavras de Neymar.“Estou muito feliz, rodeado de amigos, família. Obrigado a cada um que faz parte desse momento, aos que acompanham de longe e que a partir de agora vão torcer para o Santos também”, acrescentou. Neymar ainda acenou, mandou beijos para a torcida e chutou algumas bolas em direção à arquibancada.LEIA MAIS SOBRE NEYMAR1Veja a chuteira que Neymar vai usar em retorno ao Santos no futebol brasileiro2Veja tudo sobre a apresentação de Neymar3Neymar atrai torcedor com câncer, crianças e idosos, e faz venda de camisas do Santos explodirEx-jogadores do Santos, como Ricardo Oliveira e Madson, estiveram no estádio e foram exaltados pela torcida. Alguns outros astros mundiais, casos de Suárez, Iniesta, Piqué, Vini Jr, Rodrygo, Falcão e Marta, gravaram recados exibidos no telão da Vila em que desejaram sorte ao jogador.Segundo o Santos, todos os 12 mil ingressos colocados à venda se esgotaram pouco tempo depois de abri a comercialização na noite de quinta-feira. Os torcedores compraram as entradas on-line e pagaram entre R$ 50 (meia-entrada) e R$ 100. No entanto, a Vila estava cheia, mas não lotada por causa da forte chuva que caiu na Baixada.Neymar atraiu, para a sua festa, todo o tipo de santista. Entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, foram milhares os torcedores reunidos no entorno da Vila Belmiro e dentro dela para assistir à apresentação do novo camisa 10 nesta sexta. Um dos santistas presente foi João Fábio. Morador de São Caetano, ele disse ter deixado de fazer uma sessão de quimioterapia para ver o ídolo.“Eu luto contra uma doença que é o câncer. Eu ia fazer quimioterapia, mas larguei, vou viver minha felicidade de hoje. É que nem eu falei pra todos os santistas e outros amigos: nem o câncer me pega. Hoje é o Santos, isso me faz vencer o câncer, essa alegria que eu estou sentindo hoje!”, afirmou.Não se via um evento de tamanha magnitude na Vila Belmiro desde o velório de Pelé. É claro que o ambiente, desta vez, foi diferente, de celebração para o retorno do atacante de 32 anos. Torcedores usaram faixa na testa, máscara, pintaram o rosto, compraram camisas personalizadas e outros produtos, todos alusivos a Neymar.
Chuva impediu que Vila Belmiro lotasse pra recepcionar Neymar Foto: Werther Santana/Estadão
Um deles foi uma camisa especial com a frase “Eu Vou Mas Eu Volto”, que ele disse quando deixara o clube, em 2013, rumo ao Barcelona. Uma reprodução dessa peça agigantada foi estendida no gramado do estádio ao lado do palco.Foi montada uma força-tarefa para organizar o evento, que atraiu gente de todos os lugares. Foram 500 jornalistas credenciados, de nove países. Pela forte chuva e pela falta de espaço na Vila Belmiro, que está na iminência de ser reformada e ser transformada em arena, a cerimônia foi desorganizada e caótica em alguns momentos.O Santos convidou 13 artistas, todos identificados com o clube, para se apresentar no palco montado no gramado que apresentou a frase “the prince is back (o príncipe está de volta). É com esse epíteto que a torcida e o clube têm se referido ao astro. Se Pelé foi Rei, Neymar é príncipe.
Torcedores festejaram volta de Neymar do lado de fora da Vila Belmiro Foto: Werther Santana/Estadão
Supla, Mano Brown e Projota foram as principais atrações. Os outros convidados eram funkeiros e DJs. Supla cantou “Imagine”, sucesso de John Lennon, antes de gritar “cantem” para os santistas desanimados nas arquibancadas.O show de Mano Brown foi o mais longo – todos os outros cantaram apenas duas músicas. Ele cantou “Umbabarauma”, de Jorge Ben Jor, e “Nego Drama”, ao lado de Edi Rock, entre outras. O rapper não pisou no escudo do Santos e deu uma bronca em quem fez o contrário.Projota encerrou as apresentações. Cantou “Moleque de Vila” para receber Neymar. Havia um telão do lado de fora do estádio em frente aos portões 7 e 8, para exibir a apresentação do jogador aos que não conseguiram ingresso. Não haverá mais uma celebração no Pacaembu, como era previsto. A desistência da festa no estádio paulistano, reaberto há cinco dias, se deu por não haver tempo hábil.