Permissionários da Redinha protestam contra Mercado fechado na alta estação

Apesar do período de alta estação e do Mercado da Redinha todo reformado, a Prefeitura do Natal preferiu deixar o espaço fechado e tem impedido os permissionários de voltar ao trabalho no local. Sem uma resposta concreta para a situação, os antigos permissionários da Redinha fizeram um protesto na manhã desta sexta (31) na frente da Prefeitura do Natal.

O grupo chegou a ser recebido por alguns gestores, mas saiu apenas com uma promessa de nova reunião para a próxima segunda (03).

“Ficou o dito pelo não dito. O prefeito não estava e viram com o chefe de gabinete para fazerem outra reunião na segunda, Dickson disse que não podia fazer muita coisa. Mas o fato é que nunca receberam a gente, nem na gestão passada, nem nessa. Arthur Dutra [Secretário de Concessões, Parcerias, Empreendedorismo e Inovações] ficou procurando defeito no Mercado, dizendo que tinha que fazer reparos, buscando justificativa onde não tinha porque se foi inaugurado é porque está com estrutura boa”, analisa Raquel Barbosa, permissionária no Mercado da Redinha há 50 anos.

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O grupo de trabalhadores da Redinha está impedido de atuar no local desde abril de 2022, quando começaram as obras do mercado. Apesar da inauguração com 1º Festival Gastronômico “Boteco de Natal”, realizado entre 26 de dezembro de 2024 e 26 de janeiro de 2025, o espaço voltou a ser fechado após o evento.

“O que queremos é trabalhar e isso eles [a prefeitura] não querem. Esse mês não saiu o auxílio de R$ 1.200. Se não tivermos coragem de trabalhar e esperar a Semurb [Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo] chegar para tirar nós da praia para não passar fome…”, ameaça Raquel.

“O pessoal não quer a gente lá, estão inventando muita desculpa. Estamos em alta estação, daqui a pouco é o carnaval, deixa a gente trabalhar nesse período e depois eles fecham”, sugere.

Para este sábado (01), a partir das 9h, foi marcada nova manifestação, dessa vez, na frente do Mercado da Redinha, que segue de portas fechadas por tempo indeterminado.

“Estamos numa situação complicada, não sei nem o que pensar. Na prefeitura disseram que os permissionários não deveriam nem estar no Boteco, foram os empresários que deixaram, que se reuniram com a gente. Pela prefeitura, não teríamos participado”, lamenta Raquel.

Como funcionará o Complexo Turístico da Redinha

Após votação em agosto na Câmara Municipal de Natal, o Complexo Turístico da Redinha foi cedido à iniciativa privada, junto com o Teatro Sandoval Wanderley, através de Parcerias Público-Privadas (PPPs) por um período de 25 anos.

O vencedor terá de garantir o retorno dos antigos permissionários com contratos iniciais de quatro anos, prorrogáveis por mais quatro. A lei também estabelece um escalonamento nos valores de locação (R$ 650 mensal) para essas pessoas, oferecendo isenção no primeiro ano e descontos progressivos nos anos subsequentes: desconto de 75% no segundo ano, de 50% no terceiro ano e, caso renovada, 25% de desconto no quarto ano, 12,5% de desconto no quinto ano e, por fim, 5% de desconto no sexto ano.

Além disso, o concessionário será responsável por fornecer todo o enxoval necessário para os permissionários, incluindo cutelaria, eletrodomésticos e mobiliário.

A empresa vencedora também terá a obrigação de manter, no mínimo, o percentual de 10% das unidades locáveis dos boxes e quiosques por comerciantes domiciliados na praia da Redinha; aplicar 10% das receitas líquidas acessórias à concessão no melhoramento do bairro através de obras e serviços previamente aprovados pela Prefeitura do Natal; e manter o percentual de 30% de todos os funcionários contratados pela concessionária, ainda que por meio de terceirização, de moradores do bairro da Redinha.

A obra recebeu um investimento de R$25 milhões pela Prefeitura de Natal.

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