Coqueluche: falta de ação simples abre porta para surto mortal no país

O Ministério da Saúde emitiu alerta para o reforço da vacinação completa contra a coqueluche no Brasil. Até as primeiras 14 semanas deste ano, foram confirmados 31 casos no país. O último pico epidêmico da doença ocorreu em 2014, com 8.614 confirmações. No entanto, entre 2016 e 2023, as coberturas vacinais se mantiveram abaixo do preconizado (entre 80 a 90%), o que contribuiu para o aumento de pessoas suscetíveis ao longo dos últimos 7 anos. A situação pode favorecer um surto semelhante ao que vem ocorrendo em outros países.   A vacina disponível no Brasil é segura e eficaz e precisa de três doses para conferir proteção e mais uma dose a cada 10 anos de vida, inclusive para adultos e idosos.  >>> Nova onda de coqueluche? entenda doença que causou morte de bebê>>> Brasil volta a registrar morte por coqueluche depois de 3 anos>>> Brasil deixa lista dos 20 países com mais crianças não vacinadasDe acordo com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), na União Europeia, houve um aumento significativo de inciência da doença, totalizando 25.130 casos no decorrer de 2023 e mais 32.037 só nos primeiros três meses de 2024.   O que é a coquelucheConhecida como tosse comprida, a coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não imunizada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.  A vacinação, portanto, é uma medida fundamental para proteger contra uma doença potencialmente grave. O calendário vacinal deve ser iniciado a partir dos 2 meses de idade e consiste em três doses da tríplice bacteriana (DTPa) ou pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. Após o esquema primário, as crianças devem receber as doses de reforço aos 15 meses e entre 4 e 6 anos de idade. Para gestantes, a vacinação desempenha um papel importante na proteção do recém-nascido, por meio da transferência de anticorpos via placenta. Desde 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda uma dose da vacina dTpa durante cada gestação, a partir da 20ª semana gestacional, para proteger o bebê nos primeiros meses de vida, antes que ele possa iniciar o próprio esquema vacinal.  Profissionais de saúde, incluindo parteiras e estagiários em áreas críticas, como UTI neonatal, também são prioritários para a vacinação contra coqueluche. 
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