Mascote do GBMar morre e é sepultado com farda e ‘honras de um guarda-vidas’ no litoral de SP


Cão chamado Selva morava no quartel de Bertioga (SP) há quase 20 anos. Selva era membro da equipe do GBMar de Bertioga (SP)
Divulgação/GBMar
A Estação de Bombeiros Marítimo de Bertioga, no litoral de São Paulo, perdeu um importante integrante da corporação: o cachorro Selva, mascote da equipe. Conforme apurado pelo g1 neste domingo (26), o cão sem raça definida morava no quartel há quase 20 anos e foi sepultado fardado.
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“Ele foi depositado num local digno. Deram banho nele, colocaram a farda e o sepultaram com as honras de um guarda-vidas”, afirmou o tenente Guilherme Vegse Simão.
Ele contou que o cão morreu dormindo na quinta-feira (23), mas deixou muitas boas lembranças. “Ele tinha um condicionamento físico e uma postura que era além de um cachorro normal. Então a gente falava que realmente o Selva tinha um verdadeiro espírito de guarda-vidas”, disse Simão.
De acordo com o profissional, Selva era muito querido entre os profissionais do GBMar e, por isso, vivia rodeado de mimos, como cama, casinha, roupas, entre outros. “O efetivo fazia a vaquinha e dividia as despesas e o tratamento dele”, explicou o tenente.
Cachorro Selva convivia com guardas-vidas há quase duas décadas em Bertioga (SP)
Divulgação/GBMar
História na corporação
Selva chegou na vida dos profissionais da estação de Bertioga em 2005, quando um guarda-vidas resgatou o animal de uma briga com outros dois cachorros grandes.
Segundo Simão, o cão pertencia a uma mulher que morava em local próximo ao quartel. Ele era chamado por ela de ‘Lobinho’ e, desde que foi resgatado por um guarda-vidas, passou a visitar o quartel com frequência.
“Toda vez que ele saía da casa dele, vinha para o quartel. E quando ele estava dentro da casa, pedia para sair e vinha”, explicou o tenente, dizendo que a tutora do animal percebeu o amor dele pela corporação e perguntou se a equipe gostaria de adotá-lo. “Assim foi feito. A partir daí, o Lobinho passou a se chamar Selva. De lá para cá, ele ficou 19 anos conosco”, explicou.
De acordo com o tenente, o cachorro era conhecido por gostar de andar nas viaturas e embarcações. Além disso, ele costumava participar do atendimento de algumas ocorrências.
“Nos cursos de guarda-vidas tem uma travessia tradicional que sai de Bertioga e vai até a Prainha Branca [Guarujá]. Não raras vezes, o Selva, sem equipamento nenhum, chegava na frente de alguns guarda-vidas. E isso foi motivo de boas risadas”, finalizou o guarda-vidas.
Cão ‘Selva’ era muito querido pela corporação do GBMar de Bertioga (SP)
Divulgação/GBMar
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