Sem apoio municipal e interdição do Nogueirão, futebol de Mossoró vive crise

O futebol mossoroense vive uma crise agravada pela interdição do Estádio Nogueirão e ela ausência de apoio financeiro por parte da Prefeitura. Em entrevista ao programa Cenário Político da TCM, o vice-presidente do Potiguar, Djalma Júnior, abordou as dificuldades enfrentadas pelos clubes locais, como Potiguar e Baraúnas, que agora precisam jogar fora da cidade, acarretando prejuízos financeiros.

Djalma Júnior enfatizou que a falta de condições de uso do Nogueirão é um dos maiores desafios para os clubes. “A interdição do Nogueirão foi extremamente prejudicial para o futebol da cidade. Não apenas para Potiguar e Baraúnas, mas para toda a cadeia que depende do futebol, desde torcedores até profissionais que complementam suas rendas com as partidas”, afirmou.

Segundo ele, a situação econômica dos clubes piorou com a necessidade de jogar fora de Mossoró. Em 2024, os jogos em Assú geraram um custo extra de R$ 150 mil apenas com viagens e aluguéis. Para o clássico Potiba deste ano, que será realizado pela primeira vez em Natal, o Potiguar estima gastos de cerca de R$ 27 mil em uma semana, mesmo com o apoio de parceiros e empresários locais.

Djalma criticou a gestão municipal pela ausência de diálogo com os clubes. “Tentamos de todas as formas estabelecer contato com a Prefeitura, seja por ofícios, reuniões ou por meio de interlocutores, mas não obtivemos resposta”, lamentou.

Ele também destacou a falta de apoio financeiro do município, que, segundo ele, não tem valorizado a importância do futebol para Mossoró. “Parece que falta espírito esportivo na gestão. O futebol promove a cidade, leva o nome de Mossoró para fora, e deveria receber mais atenção”.

O novo secretário de Esportes, Mário Paes, declarou que uma parceria público-privada está sendo discutida para construir uma nova arena esportiva em Mossoró. No entanto, Djalma Júnior questionou o tempo necessário para sua conclusão e apontou a falta de um plano imediato. “Se a construção levar dois ou três anos, onde Potiguar e Baraúnas irão jogar nesse período? O município deveria ao menos preparar o Nogueirão para uso básico até que a nova arena esteja pronta”, sugeriu.

O vice-presidente destacou que o Potiguar montou uma equipe de “operários” para disputar o Campeonato Estadual, em razão do orçamento apertado. Mesmo com as dificuldades, o clube almeja chegar às fases finais da competição e retornar ao cenário nacional. “Estamos lutando dia após dia para honrar nossos compromissos. Esperamos classificar e, no mata-mata, buscar um lugar entre os três primeiros”, disse.

Djalma também rebateu críticas sobre a falta de iniciativa dos clubes em projetos autossustentáveis, como a criação de um estádio próprio. Ele explicou que o Potiguar, por ser uma associação, enfrenta limitações burocráticas e financeiras que dificultam ações dessa magnitude.

O torcedor mossoroense tem manifestado insatisfação com a situação do futebol local. Djalma destacou que é necessário mais do que promessas: “O torcedor e os clubes esperam algo concreto e efetivo. Essa narrativa repetitiva de promessas já cansou. É hora de agir.

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