Livro póstumo de Caby da Costa Lima é lançado de forma gratuita

Já se vão sete anos sem a presença do publicitário, colunista, escritor e “cuspidor de microfone”, como se definia o mais autêntico radialista de Mossoró, Caby da Costa Lima, que aos 23 de janeiro de 2018 calçou os seus famosos tamancos e partiu para entrevistar o Cara Lá de Cima.

Porém, antes de partir, Caby deixou quase pronto um último livro intitulado “Azougue 8”. O livro é um tributo à memória de Mossoró. Resultado de minucioso levantamento, o trabalho está dividido em cinco seções: “Do Bumba” e “Da Época” trazem imagens de pessoas que fizeram história; “Mossoró, Meu Xodó” documenta transformações urbanísticas e arquitetônicas da cidade, ao longo dos anos; “Da Bola” captura personagens e momentos importantes do esporte regional; e “Das Enchentes” revela cenas impressionantes de inundações que afetaram a cidade em 1924, 1961, 1967, 1974 e 1985.

Para a página da internet, os organizadores escolheram o nome “Do Bumba”, termo do qual Caby gostava, chegando, inclusive, a usar como título de livro. Além de hospedar o livro, o site reúne dados biográficos, fotos e vídeos de Caby, além de espaço para amigos e leitores deixarem mensagens e playlist do programa de rádio “O Som Do Caby”.

Caby da Costa Lima I Foto: cedida

Em breve, cópias digitais de outras publicações dele também serão disponibilizadas no site. A tarefa de realizar os ajustes finais para conclusão da obra coube a três profissionais que o conheceram de perto: o webmaster Argolante Lopes, amigo e parceiro em diversos projetos; a jornalista Alice Marina Lira Lima, filha do “Camaradinha”; e o jornalista e amigo Cid Augusto. Lopes cuidou da elaboração do site e da diagramação do livro, enquanto Alice tratou da redação e da finalização de textos, além do prefácio.

Painho falou muito comigo sobre esse livro, especialmente devido às fotos das enchentes. A ideia surgiu também da curiosidade que a gente tinha em relação à expressão das pessoas nesses momentos. Falamos tanto disso em edições passadas que ele resolveu trazer páginas especiais e me chamou para escrever o prefácio”, conta Alice Lima.

A proposta era ter lançado o projeto antes, mas rever as conversas com o pai remexia com lembranças e sentimentos ainda muito presentes.

Caby da Costa Lima I Foto: cedida

“Gostaria de ter lançado antes, mas era muito difícil rever nossas conversas, mexer em tantas lembranças e seguir firme para fechar o conteúdo, o que nem sempre acontecia”. Apesar de tudo, “assim como ele tanto me ensinou e mostrou, tem coisa que a gente não vai conseguir mesmo só”, revela Alice.

A solução foi buscar o apoio de amigos para concluir, no tempo possível, a missão.

Sei como ele gostaria e também sei que muita coisa pode não andar como o esperado, mas o amor de painho é ‘imorrível’, é potente demais e segue vivo de uma forma às vezes nem tão explicável”, conclui a jornalista.

Para conferir o livro, CLIQUE AQUI.

Caby da Costa Lima

Filho de José Izídio Lima e de Maria Nazaré da Costa Lima, pai de Alice Marina e Marina Alice, Raimundo Nonato da Costa Lima, o Caby, nasceu aos 11 de maio de 1957, em Mossoró/RN, mas dizia, carinhosamente, ser de Patu-RN, em homenagem ao pai, que ficava orgulhoso quando ouvia tal declaração.

Tornou-se radialista por causa do futebol – dizem até que jogava bem. Aos 14 de julho de 1972, participou de um torneio da imprensa contra o time da indústria Fitema. Na ocasião, o comentarista esportivo Lupércio Luís de Azevedo perguntou se ele queria jogar no gol. Caby aceitou e, dessa partida, recebeu o convite para ingressar nos quadros da Rádio Tapuyo, como repórter suburbano.

Caby da Costa Lima I Foto: cedida

A marca registrada de Caby era os tamancos que usava desde a juventude, em todas as ocasiões, fossem simples ou requintadas. “Quando você usa tamanco, você fica à vontade, você se solta, você tira o pé fácil e, de repente, está descalço”, justificava, embora tenha enfrentado problemas, como da vez em que foi barrado no Maracanã, no Rio de Janeiro, por causa da peça mais importante do seu figurino. Na época, tamanco era visto como arma nos estádios. Nas vezes seguintes, para driblar a fiscalização, o Camaradinha entrava de tênis e os trocava pelos tamancos assim que chegava à cabine de transmissão.

Enquanto narrador esportivo, transmitiu diversas partidas importantes de futebol, uma delas, a da classificação do Brasil para a Copa do Mundo de 1994 (Brasil x Uruguai), pela Rádio Difusora em companhia do repórter Jota Régis. Dos eventos locais, lembrava com nostalgia, a disputa emocionante entre Baraúnas e Potiguar, em 1979.

Caby da Costa Lima I Foto: cedida

Além de radialista, com passagem pelas rádios Tapuyo, Difusora, Libertadora, Resistência e Santa Clara, Caby da Costa Lima foi presidente de clube de futebol, o Potiguar, publicitário, escreveu para os jornais Gazeta do Oeste e o Mossoroense, e publicou vários livros. Sua longa trajetória editorial começa com O Mancha e termina com o Azougue 8.

Aos 23 de janeiro de 2018, diretamente do hospital Wilson Rosado, em Mossoró/RN, onde estava internado desde o dia 8 daquele mês, resolveu entrevistar o “Cara Lá de Cima”, como falava, para o Som do Caby. Deixou por aqui uma legião de admiradores e, como costumava dizer, uma lista interminável de “muitos bons amigos”.

Caby da Costa Lima I Foto: cedida

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