Arquidiocese de Natal propõe projeto para aplicar princípios do Pacto Educativo Global no ensino do RN

A Arquidiocese de Natal está articulando a implementação do Pacto Educativo Global, apresentado pelo Papa Francisco em 2019, no Rio Grande do Norte. A iniciativa visa promover uma educação integral e inclusiva, unindo diversos agentes sociais em um esforço conjunto para enfrentar os desafios educacionais do estado.

A Arquidiocese participa de reuniões com instituições públicas e privadas, como o IFRN, UFRN e Ufersa, além de órgãos governamentais e entidades civis. O objetivo é construir um modelo educativo local que reflita os valores do pacto e possa ser integrado às redes de ensino estaduais e municipais.

De acordo com o Padre Matias, coordenador arquidiocesano da Pastoral Universitária, a proposta está sendo construída com base em sete princípios fundamentais. “Nós queremos desenvolver, a partir dos princípios do Pacto Educativo Global, um projeto comum que possa ser concretizado não só pelas instituições de educação, mas pelos vários parceiros que aderirem a esse projeto”, explicou ele, em entrevista ao Jornal da Cidade, da 94 FM, nesta quarta-feira 22.

O primeiro princípio é o princípio da dignidade da pessoa humana. O segundo, a necessidade de se ouvir as novas gerações. Já o terceiro princípio é a promoção da mulher. O quarto princípio, responsabilizar a família. Quinto princípio, abrir-se a acolhida. Sexto princípio, renovar a economia e a política. E sétimo, cuidar da nossa casa comum, cuidado com a ecologia.

“A ideia do pacto é, a partir desses princípios, desenvolver um projeto pensado pelas instituições que possa ser aplicado em toda rede de ensino do nosso estado. A ideia de ser firmado esse pacto é justamente a gente elaborar o projeto a partir desses princípios. Depois, é fazer aplicação desses princípios naquilo que for o projeto básico de ensino em todas as instituições de ensino”, explicou.

Padre Matias apontou que é necessário, primeiramente, considerar os problemas enfrentados pela Educação no RN. “Qual é o índice de analfabetismo no nosso Estado? A partir daí, não só a Secretaria de Estado fazer a opção de trabalhar contra esse índice de analfabetismo, mas as secretarias municipais e as igrejas. De que modo elas poderiam contribuir com esse processo? O que é que a gente poderia fazer? Ceder os nossos espaços nas igrejas, os centros pastorais que nós temos em todas as comunidades e igrejas. Como é que nós poderíamos, por exemplo, favorecer para os estudantes de ensino médio, cursinhos, para eles se prepararem para o Enem?”, disse ele.

O processo, que envolve a Secretaria de Educação do Estado, dioceses locais e outras instituições, prevê uma próxima reunião no dia 21 de fevereiro, no Colégio Neves. “Estamos nessa fase de construção”, destacou o sacerdote.

O histórico da Igreja na educação do estado, com colégios católicos e iniciativas como o Movimento de Natal, foi ressaltado como exemplo do impacto positivo que ações conjuntas podem gerar. “A Educação é um fator determinante para o desenvolvimento de qualquer sociedade, de qualquer comunidade. E a igreja de Natal, a gente poderia afirmar, sempre teve um contributo muito importante, muito significativo, em relação à educação”, disse.

“Será que as secretarias de educação, só elas, conseguem implementar os projetos de educação sem esse apoio, sem esse diálogo, sem essa adesão, sem esse pacto?”, questionou Padre Matias, reforçando a necessidade de colaboração ampla entre igrejas, universidades, OAB, meios de comunicação e outros setores.

O objetivo é que o pacto estadual seja firmado até o fim do ano. “Nós jamais conseguiremos dar passos quantitativos e qualitativos para que todas as gerações sejam beneficiadas, se não firmarmos alianças para pensar o bem comum”, concluiu.

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