Turistas criticam aluguel de barracas e comparam Ponta Negra a João Pessoa

A Praia de Ponta Negra, um dos cartões-postais mais famosos de Natal, tem enfrentado críticas crescentes de turistas e moradores. Entre os principais motivos estão os altos preços cobrados pelo aluguel de barracas, a falta de reversão desse valor em consumação em algumas áreas, e os impactos negativos da engorda da faixa de areia, que alteraram a experiência de banho no local.

Os valores cobrados pelas barracas variam de R$ 20 a R$ 30, dependendo do local. Antônio Bandeiras, 29 anos, garçom no Ponto do Vavá L3, explica que “aderindo ao petisco, não precisa pagar o valor da barraca. Mas, se não quiser comer, o aluguel é R$ 30. Isso inclui a mesa, três cadeiras, guarda-sol e espreguiçadeira”.

No entanto, turistas têm relatado que nem sempre os preços incluem consumação. Ana Paula, 26 anos, psicóloga de Rondonópolis (MT), destacou a diferença de preços entre barracas: “Aqui pagamos R$ 25 e consumimos à parte. Em outras barracas, queriam cobrar R$ 50 sem reverter em consumação”.

Priscila Oliveira, empresária natalense de 41 anos, comparou Ponta Negra à Praia de Tambaú, em João Pessoa: “Lá você não paga pela mesa, e uma cerveja de um litro custa R$ 10. Aqui é R$ 12, e ainda cobram R$ 25 para sentar na mesa. É um absurdo!”.

A obra de engorda da praia, realizada para ampliar a faixa de areia, também gera insatisfações. Para muitos, o banho de mar se tornou perigoso devido ao aumento de pedras e à força das ondas. Ana Paula relatou que, mesmo na beira, a profundidade é preocupante: “Eu não sei nadar, e a água já está muito funda. Ficou bravo mesmo”.

Antônio Bandeiras, que trabalha diretamente na praia, percebeu uma queda no número de turistas após a engorda: “Muito consideravelmente desde o ano passado. A queda foi maior depois da obra”. Ele também apontou que o banho ficou “péssimo” e que a nova configuração da praia desestimula os visitantes a passar o dia inteiro no local.

Enquanto alguns turistas expressaram insatisfação, outros ainda apreciaram aspectos da praia. Claudemir Fazio, de Americana (SP), elogiou o passeio de jangada: “Vimos golfinhos e o pessoal foi super educado. Tá aprovado”. Ele, no entanto, notou os transtornos causados pelas obras na região, mas ponderou: “Que seja para o bem, tá bacana”.

Já Priscila Oliveira lamentou que a estrutura atual não favorece banhistas com crianças: “Uma mãe não vai deixar o filho tomar banho lá longe, é perigoso. Apesar de a engorda ter deixado o espaço mais amplo, o banho ficou mais difícil”.

Priscila reforçou a comparação com João Pessoa, destacando que a orla paraibana oferece melhor custo-benefício. “A Paraíba é melhor do que aqui, tanto nos preços quanto na estrutura da orla. Natal precisa melhorar muito para competir”.

A insatisfação com os preços e as condições de banho em Ponta Negra refletem um desafio para o turismo local. Com a queda no número de visitantes, moradores e trabalhadores da praia esperam por mudanças que possam tornar o destino mais acessível e atrativo.

Entre as sugestões apontadas, uma redução nos valores cobrados pelas barracas e melhorias no acesso ao mar foram destacadas como prioridades para garantir que Ponta Negra continue sendo uma referência turística no Nordeste.

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