Polícia Civil solicita coleta de sangue do marido e filho de suspeita de envenenamento familiar

A Polícia Civil requisitou, nesta segunda-feira (13), a coleta de sangue do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, investigada pela morte de quatro familiares, após a ingestão de alimentos contaminados com arsênio, um veneno altamente tóxico. O objetivo é verificar se eles também foram envenenados, segundo informou o delegado Cleber Lima, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI).

Deise Moura dos Anjos é suspeita de envenenar um bolo de reis e leite em pó, resultando na morte de quatro pessoas entre setembro e dezembro de 2024. As vítimas fatais são membros da própria família de Deise, incluindo três mulheres que morreram após consumir o bolo de reis contaminado em Torres, no mês de dezembro. Já em setembro, o sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, faleceu após ingerir leite em pó com arsênio, tendo sua morte confirmada por meio de exumação recente.

Segundo a polícia, investigações apontam a possibilidade de outras pessoas terem sido envenenadas por Deise. Uma das hipóteses envolve o pai da suspeita, José Lori da Silveira Moura, que morreu em 2020, de cirrose hepática. A exumação do corpo dele ainda está sendo avaliada pelas autoridades de segurança.

O delegado explicou que, como o arsênio é um veneno que não se degrada no organismo, a coleta de sangue do marido, Diego Silva dos Anjos, e do filho de Deise visa confirmar se eles também apresentaram sinais de contaminação. O pedido foi enviado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), e as análises serão realizadas para determinar a presença do veneno.

Além disso, o marido e a sogra de Deise, Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, serão ouvidos novamente pela polícia nos próximos dias, com o depoimento de Diego previsto para o final da semana. Deise está detida desde o dia 5 de janeiro, em caráter temporário, enquanto as investigações continuam.

A Polícia Civil também aguarda os resultados da perícia de uma garrafa de água levada por Deise a uma visita ao hospital, onde esteve em contato com sua sogra, Zeli. O material será analisado para confirmar a presença de arsênio.

Deise, de acordo com as investigações, comprou arsênio em quatro ocasiões diferentes, durante um período de quatro meses. Duas notas fiscais das compras foram encontradas pela polícia, reforçando a suspeita de que o veneno tenha sido utilizado de forma sistemática para envenenar os familiares.

A investigação segue em andamento, e novas informações serão divulgadas conforme os resultados das perícias e a coleta de material.

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