O Rio Grande do Norte surpreendeu ao liderar o crescimento econômico do Nordeste em 2024, com um Produto Interno Bruto (PIB) projetado para crescer 6,1%, conforme dados do relatório Resenha Regional do Banco do Brasil. O RN ficou atrás apenas da Paraíba, que registrou crescimento de 6,6%. No Brasil o crescimento projetado é de 3,5% e no Nordeste de 3,8%. O resultado representa um avanço significativo em relação aos anos anteriores e superou as expectativas dos especialistas.
A indústria foi o setor que mais contribuiu para esse crescimento, com um aumento estimado de 16,1%. Setores como construção civil, geração de energia eólica e petróleo e gás foram os principais responsáveis por esse desempenho expressivo. A recuperação é notável, já que a participação da indústria no PIB diminuiu nos anos anteriores.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Sílvio Torquato, a projeção é uma confirmação de que o Estado tem trilhado o caminho do desenvolvimento econômico. “Graças a iniciativas, ações e programas do governo para assegurar um ambiente propício aos investimentos produtivos e com capacidade de gerar emprego. Trata-se de um governo em permanente diálogo com os setores produtivos e com iniciativas que avançam para assegurar as condições favoráveis ao crescimento”, afirmou.
Em novembro, o comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção, teve crescimento de 7,2% no comparativo com igual mês do ano passado, muito acima da média Brasil, de 2,1%. No acumulado de 2024, a alta é de 7,1%, conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada na última quinta-feira 9, pelo IBGE.
O comércio exterior também apresentou um desempenho robusto, com um crescimento de 42,6% nas exportações, chegando a 1,1 bilhão de dólares. Com isso, o comércio exterior do RN alcançou 1,7 bilhão de dólares — soma das exportações com as importações (US$ 595 milhões), conforme o Boletim Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), com as informações da Balança Comercial do RN, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA. O mercado de trabalho também refletiu esse crescimento, com a criação de 36.859 novos postos de trabalho de janeiro a novembro de 2024. Comparando com 2023, o crescimento do PIB potiguar foi expressivo. Nos últimos cinco anos antes da pandemia, o Estado registrou dois anos de retração e uma média anual de crescimento de apenas 1,2%. Em 2020, o PIB encolheu 5,0%.
A recuperação da economia potiguar pode ser atribuída a diversos fatores. O RN tem investido em setores com grande potencial de crescimento, como energia renovável e petróleo e gás; implementado políticas para atrair investimentos e gerar empregos; e a geração de empregos tem contribuído para o aumento do consumo e impulsionado a economia.
O economista Ricardo Valério, integrante do Conselho Regional de Economia do RN, disse que a exploração de petróleo na Faixa Equatorial é um dos grandes motores do crescimento do Estado e tem o potencial de gerar 54 mil novos empregos. “A tendência é que isso continue ainda por mais alguns anos, gerando emprego, renda e distribuição de royalties para o RN”.