Polícia investiga envenenamentos em série. Corpo do pai da acusada deve ser exumado

Torres, RS – A Polícia Civil segue investigando os casos de envenenamento que deixaram três pessoas mortas e outras gravemente feridas em uma família de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, está presa preventivamente por suspeita de ter usado arsênio para envenenar familiares, incluindo em um bolo servido em uma reunião familiar no dia 23 de dezembro de 2024.

Agora, a polícia avalia pedir a exumação do corpo do pai de Deise, José Lori da Silveira Moura, que faleceu em 2020, para esclarecer se há conexão entre o óbito e possíveis envenenamentos praticados por ela.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil, Deise é investigada pela morte de quatro pessoas, incluindo o sogro, cuja exumação confirmou a presença de arsênio como causa da morte. Além disso, ela é suspeita de outras tentativas de homicídio dentro do círculo familiar. As vítimas do bolo envenenado incluem:

  • Neuza Denize Silva dos Anjos (65 anos): Irmã da Sogra. Falecida;
  • Maida Berenice Flores da Silva (59 anos): Irmã da Sogra. Falecida;
  • Tatiana Denize Silva dos Anjos (47 anos): Filha de Neuza, falecida;
  • Zeli Teresinha dos Anjos (61 anos) SOGRA: Sobreviveu após consumir duas fatias do bolo e deixou o hospital recentemente;
  • Um menino de 10 anos: Filho da Tatiana. Internado por vários dias, agora recuperado.

Uma garrafa de água que Deise levou ao hospital para a sogra está sendo analisada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) para verificar se também continha arsênio.

Suspeita de outros envenenamentos

A investigação aponta que Deise realizou várias pesquisas sobre arsênio antes de comprar a substância pela internet. A polícia considera que outros envenenamentos podem ter ocorrido, especialmente devido ao comportamento frio da suspeita e à recorrência de mortes por intoxicação alimentar em pessoas próximas.

  • José Lori da Silveira Moura (pai de Deise): Morreu em 2020, com causa registrada como cirrose. A polícia avalia a exumação para investigar possível presença de arsênio.
  • Paulo Luiz dos Anjos (sogro): Exumação confirmou arsênio como causa da morte, que inicialmente foi atribuída a intoxicação alimentar.

Depoimentos e provas

Novos depoimentos serão colhidos nos próximos dias, incluindo do marido e da sogra de Deise, que colaboram com a investigação. O celular do marido já foi apreendido e está sob análise pericial. O delegado responsável, Marcos Vinícius Muniz Veloso, afirma que a prisão temporária de Deise, decretada por 30 dias, é essencial para o avanço das investigações.

Perícia e impactos

O arsênio, substância tóxica de ação lenta, deixa traços no organismo por anos, o que permite a identificação mesmo em corpos exumados ou objetos descartados. Segundo o IGP, a análise na garrafa de água pode ser limitada devido ao descarte do líquido e à lavagem do recipiente, mas há chances de encontrar resíduos.

Motivação e defesa

A polícia acredita que a motivação dos crimes seria uma desavença de longa data entre Deise e sua sogra, Zeli. A defesa da suspeita, no entanto, nega as acusações e afirma que ainda não teve acesso integral ao inquérito para se manifestar.

O que diz a defesa

Em nota, o advogado de Deise, Cassyus Pontes, declarou que a prisão temporária tem caráter investigativo e que a defesa está aguardando o acesso total às provas e documentos para análise e manifestação. O advogado reforçou que a família colabora com as investigações.

Próximos passos

  • Exumação do corpo de José Lori da Silveira Moura: Em análise pela polícia.
  • Análise da garrafa de água: Resultados esperados para a próxima semana.
  • Depoimentos adicionais: Testemunhas e familiares serão ouvidos para esclarecer o caso.

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