RN se aproxima de epidemia de dengue e vai montar Centro de Operações contra arboviroses

O Rio Grande do Norte deve abrir nos próximos dias um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. Nas últimas quatro semanas de 2024, o estado teve um aumento de 183% no número de casos de arboviroses em relação ao mesmo período de 2023. Já na primeira semana epidemiológica de 2025, a situação melhorou: foram 49 casos prováveis de dengue, ante 120 registros no ano passado.

O mesmo Centro já foi instalado nacionalmente na última quinta-feira (9) pelo Ministério da Saúde, e também vai monitorar a situação no RN. Além disso, o estado recebeu 40 mil doses da Qdenga nesta semana e deve fazer a distribuição para os municípios até 20 de janeiro, segundo informou Diana Rego, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap).

O objetivo do Centro é ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores. No Centro do Ministério da Saúde, o planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios. 

“Em relação à abertura do Centro de Operações de Emergências, a gente avalia de forma muito positiva, porque o Ministério acaba antecipando a epidemia”, diz Diana Rego, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap).

Até o ano passado, a abertura do COE acontecia por volta do final de fevereiro, quando a epidemia já estava instalada. 

“E aí nesse ano de 2025 eles resolveram antecipar o COE como uma preparação dos estados e municípios para a epidemia. Então a gente tem um Centro de Operações de Emergência que vai se reunir a partir de agora toda semana para monitorar todos os estados, número de casos óbitos, como é que tá o cenário de cada estado”, comenta.

Segundo Diana, o RN já está no limite máximo da curva endêmica, ou seja, quase chegando no estágio de epidemia para dengue novamente.

“Essa é uma preocupação importante porque a gente está no período que tem muitos profissionais de férias, muitas mudanças de gestores municipais, então o Rio Grande do Norte tem feito um trabalho de sensibilização desses municípios”, aponta Diana Rêgo.

Agora, a Sesap vai fazer um trabalho de mobilização principalmente nos municípios considerados prioritários. São cerca de 30 a serem visitados nos próximos 60 dias. A imunização também está na ordem do dia. Esta semana, as 40 mil doses da Qdenga já foram recebidas e devem ser distribuídas na próxima semana ou até o dia 20 de janeiro.

Mesmo com um crescimento recente de número de casos, o Rio Grande do Norte teve três óbitos por dengue em 2024, o segundo menor número de mortes pela doença desde 2009, quando duas pessoas morreram. Também foi a mesma quantidade de vítimas fatais de 2023, e à frente somente de 2021, quando uma morte foi registrada.

Outra resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço da doença. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses. O documento apresenta orientações para elaboração de planos regionalizados, estaduais e municipais, que levem em consideração os cenários específicos do contexto epidemiológico e dos arranjos socioambientais, incorporando experiências e iniciativas locais e regionais. 

Cenário epidemiológico nacional 

Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde. 

Até a quarta-feira (8), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.

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