Vaticano decide que gays podem ser padres contanto que mantenham celibato

Vaticano aprovou normas da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que permitem que homens gays se tornem sacerdotes, desde que seja mantido o celibato – forma de vida em que não há casamento ou relações sexuais. As novas medidas, divulgadas nesta sexta-feira (10), são válidas apenas para a Itália.

As regras abrem a possibilidade de homossexuais entrarem nos seminários, desde que eles não apoiem a “chamada cultura gay“, segundo o texto aprovado. Isso, na prática, os obriga a ocultar sua orientação sexual.

 

“No que diz respeito às pessoas com tendências homossexuais que se dirigem ao seminário ou descobrem tal situação durante sua formação […], a Igreja, respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir no seminário ou no sacerdócio aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiam a chamada cultura gay”, afirma o documento de 68 páginas.

 

Embora as leis que descriminalizam a homossexualidade e legalizam as uniões homoafetivas tenham se tornado comuns no Ocidente, a Igreja Católica ainda não acompanhou esse tipo de mudança.

TERMOS PEJORATIVOS 

O papa Francisco usou duas vezes, em 2024, um termo considerado vulgar em relação aos gays, aconselhando os homossexuais que desejam ser sacerdotes a procurar um “psicólogo”.

Em junho, durante um encontro privado com 200 sacerdotes na Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, o papa argentino usou o termo “frociaggine”.

Essa palavra, que pertence ao dialeto de Roma, é difícil de traduzir. É derivada de “frocio”, um insulto que significa “bicha” em romano e que se refere de forma pejorativa a um ambiente dominado por “bichas” ou “afeminados”.

“No Vaticano há um ambiente de ‘frociaggine’”, afirmou o papa, segundo a agência de notícias italiana Ansa.

 

“Os gays são bons rapazes, e buscam o Senhor. Mas é melhor orientá-los para um bom pai espiritual, para um psicólogo”, em vez de aceitá-los no seminário, acrescentou, de acordo com o jornal italiano Corriere della Sera.

PEDIDO DE DESCULPA

No final de maio, Francisco pediu desculpas por ter usado esse termo pela primeira vez durante um encontro a portas fechadas com bispos italianos, e o Vaticano garantiu que ele nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar com comentários homofóbicos.

Esses comentários foram repercutidos por meios de comunicação em todo o mundo, provocando decepção e indignação entre associações defensoras dos direitos da comunidade LGBTQUIA+.

 

Fonte: Diário do Nordeste 

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