Polícia confirma grande quantidade de arsênio no sangue e na urina de vítimas de bolo envenenado

A Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira, 6, que foi encontrada uma grande quantidade de arsênio no sangue e na urina de três pessoas que morreram após ingerir um bolo em Torres, no Rio Grande do Sul. O veneno é usado como inseticida. O caso ocorreu em dezembro de 2024. Além das três mortes, outras duas pessoas foram hospitalizadas. ‘’Nas provas periciais foram encontradas concentrações altíssimas de arsênio nas amostras de sangue, da urina e de conteúdo estomacal das três vitimas fatais: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 59, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos. Os níveis de arsênio dessas amostras são tão elevados que são considerados tóxicos e letais, e isso se explica a causa da morte”, disse Marguet Mittmann, diretora do Instituto Geral de Perícias (IGP-RS), em coletiva de imprensa realizada no auditório da Delegacia Regional de Capão da Canoa, no Litoral Norte.

Bolo teria causado morte de três pessoas na cidade de Torres (RS). Foto: Divulgação/Polícia Civil

Ainda de acordo com Marguet, a menor concentração encontrada no material foi 80 vezes maior do que a permitida (35 microgramas por litro) na literatura – que poderia ser oriunda de uma contaminação ocupacional, por exemplo. “E na vítima com a maior concentração, esse número chegou a 350 vezes maior que a literatura limita para uma contaminação ocupacional’’, afirmou a diretora. Farinha contaminada A Polícia Civil investiga como a farinha contaminada com arsênio chegou à casa de Zeli dos Anjos, responsável por fazer o bolo e uma das vítimas que ainda segue internada no hospital. Os investigadores também buscam identificar quem seria o verdadeiro alvo do crime.Uma mulher foi presa na noite do domingo, 5. A suspeita, que não teve seu nome divulgado, foi conduzida ao Presídio Estadual Feminino de Torres. Informações preliminares apontam que ela é nora de Zelí Terezinha Silva dos Anjos. As duas mulheres teriam uma desavença. Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Marcos Vinícius Veloso, da Delegacia de Polícia de Torres, a mulher teve prisão temporária decretada por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, além de três tentativas de homicídio duplamente qualificado. ‘’Nós temos fortíssimos indicativos pela justificativa da prisão. Ela foi a autora’’, disse. A polícia informou ainda que, devido ao sigilo das investigações, não pode revelar os motivos dos conflitos. No entanto, o delegado afirmou que os problemas entre ambas ocorriam há 20 anos.

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