RN tem segundo menor número de mortes por dengue, desde 2009

Com três óbitos por dengue, o ano de 2024 no Rio Grande do Norte alcançou o segundo menor número de mortes pela doença desde 2009, quando duas pessoas morreram. Também foi a mesma quantidade de vítimas fatais de 2023, e à frente somente de 2021, quando uma morte foi registrada.

Além disso, os casos prováveis de dengue e de mortes causadas pela doença caíram no Estado em 2023 e 2024, após uma explosão dos números ocorrida em 2022. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde e da série histórica de 2000-2023 fornecida pela pasta à Agência Saiba Mais.

Em 2024, os dados registrados pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses até 27 de dezembro mostraram que o RN teve três óbitos pela doença no ano, com 17.763 casos prováveis. Já em 2023, a quantidade de mortes foi a mesma, com 7.679 casos prováveis. 

Os dados locais vão na contramão do cenário nacional. 2024 foi ano com mais mortes em decorrência da dengue no país. Ao todo, foram registradas quase seis mil mortes pela doença, superando os quase cinco mil óbitos entre 2016 e 2023. Ou seja, só no ano passado a dengue matou mais gente no Brasil do que nos oito anos anteriores.

Órgãos de saúde apontam o aumento das temperaturas das cidades, efeito das mudanças climáticas, é um dos principais fatores para o aumento no número de casos.

Variação

Ainda assim, há uma espécie de “gangorra” de casos e óbitos, com mudanças nos números que podem ser observadas pela série histórica do Ministério da Saúde. Em 2021, por exemplo, houve uma morte, em 2020, oito; em 2019, 12, e em 2018, 20 casos de óbitos.

Os casos prováveis também se alteram com uma certa regularidade. Em 2021 esteve em 3.841; 6.881 no ano anterior; passando por 31.744, em 2019; e 23.550, em 2018.

Entre 2000 e 2024, o ano com mais óbitos foi em 2011, com 25 registros, e o menor ocorreu em três oportunidades, em que nenhuma morte foi registrada: 2000, 2004 e 2005.

Em relação aos casos prováveis, a maior explosão foi justamente em 2022, com 42.109 casos, e o menor número em 2004 (2.605).

Brasil teve recorde de mortes por dengue

Os números são bem menores que os registrados pela série histórica do Ministério da Saúde. Segundo dados da pasta, em 2022 o Rio Grande do Norte anotou 42.109 casos prováveis e 21 mortes. Ou seja, a redução de mortes em dois anos foi de mais de 1.000%, e de casos prováveis, de 57,8%.

Sesap alertou municípios sobre medidas preventivas em 2024

Em janeiro de 2024, a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap) já havia emitido uma nota informativa alertando aos municípios potiguares para a necessidade da tomada de ações preparatórias e preventivas no enfrentamento, em especial aos cuidados para a proliferação do mosquito Aedes aegypti no período de verão.

Segundo a pasta, à época, as análises epidemiológicas apontavam para a possibilidade da saúde pública enfrentar um aumento substancial dos casos de arboviroses, em especial da dengue, tendo o aumento das temperaturas a partir das mudanças climáticas como um dos fatores que traz maior influência ao cenário. Buscamos entrevista com algum representante da Sesap para comentar o cenário da doença no Rio Grande do Norte em 2024, sem sucesso.

O Ministério da Saúde, por sua vez, enviou à Agência Saiba Mais um material com uma série de ações feitas pela pasta com o objetivo de controlar os casos de dengue, incluindo a reserva de um investimento de R$ 1,5 bilhão em uma estratégia que inclui uso de novas tecnologias para o controle da doença, além de ter intensificado campanhas educativas. Também foi feita a aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra dengue para 2025 e, em uma atuação tripartite, parceria estreita com governos estaduais e municipais. 

Plano para redução da dengue e outras arboviroses

Além disso, em acordo com os principais órgãos de saúde internacionais, o Brasil lançou o Plano para Redução da Dengue e de Outras Arboviroses em setembro de 2024. Em colaboração com instituições públicas, privadas e organizações sociais, estão em implementação seis eixos de ação que incluem prevenção; vigilância; organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento adequado; e mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos estão dentro das residências. 

O Ministério da Saúde disse que mantém diálogo constante com Estados e municípios, tendo realizado reuniões de monitoramento das ações com as unidades federativas e cidades com mais de 100 mil habitantes. No início da gestão, em 2023, foi feita a recomposição dos estoques de inseticidas em todo o país e, agora, com a regularização dos estoques e atendimento das demandas, 100% dos estados estão abastecidos. Para o reforço da vigilância, foram distribuídos mais de 3 milhões de testes para detecção da dengue e outras arboviroses. 

Para controle do vírus, o Ministério da Saúde investe no uso de novas tecnologias: destacam-se a ampliação do método Wolbachia; para áreas de difícil acesso, como periferias, a incorporação ao SUS das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs); em aldeias indígenas, o uso da Técnica do Inseto Estéril por Irradiação em aldeias indígenas; e borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em creches, escolas, asilos e locais de grande circulação.

Dengue no Rio Grande do Norte
Casos prováveis Óbitos
2024 17.763 3
2023 7.679 3
2022 42.109 21
2021 3.841 1
2020 6.881 8
2019 31.744 12
2018 23.550 20
2017 7.337 11
2016 56.517 23
2015 22.700 9
2014 11.498 22
2013 18.908 18
2012 28.778 10
2011 23.326 25
2010 7.846 7
2009 2.654 2
2008 35.600 17
2007 12.994 7
2006 8.138 7
2005 4.730 0
2004 2.605 0
2003 20.766 4
2002 21.761 10
2001 37.431 10
2000 16.563 0

* Dados de 2023 e 2024: Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde

** Dados de 2000 a 2022: Série histórica disponibilizada pelo Ministério da Saúde

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