Mudanças de hábitos para prevenir o AVC

Dois dias após ter completado 56 anos, em fevereiro de 2016, o aposentado Rogério Oliveira Pereira teve um acidente vascular cerebral (AVC), enquanto estava em uma viagem missionária no semiárido de Pernambuco.
“Durante o dia comecei a sentir a perna ‘esquecida’ e à noite tive a paralisia do lado direito. Quando cheguei ao hospital falei para a médica que estava tendo um AVC. Eu sabia que era um AVC”, contou.
Mesmo não tendo vícios, fazendo atividade física e se alimentando bem, Rogério acredita que tenha tido um AVC por causa do estresse.
“Hoje eu levo a vida mais tranquila, faço atividade física, tirei um pouco da massa. Meu recado é que as pessoas abandonem o vício da bebida, do cigarro, pratiquem esporte regularmente, durmam cedo e façam o que gostam. Deus está no controle de tudo, mas temos de fazer nossa parte”.

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Kadidja Fernandes/ AT

Apenas em 2023, 112.178 pessoas morreram em decorrência do acidente vascular cerebral (AVC) no País, aponta o Portal da Transparência do Registro Civil.Ainda que existam diversos fatores que aumentem a probabilidade de ocorrência de um AVC, mudanças de hábitos podem ajudar a prevenir o acidente, por exemplo, a ingestão de alimentos antioxidantes como laranja, morango e acerola.O consumo desses alimentos, segundo estudo, está associado à diminuição do risco de AVC isquêmico.A cardiologista Fernanda Bento explica que o AVC isquêmico é uma parada súbita da circulação sanguínea por conta de um trombo, de uma placa de gordura ou de um espasmo da artéria, não deixando a circulação do sangue ocorrer no local bloqueado.“Já o AVC hemorrágico é um rompimento de uma das artérias cerebrais, fazendo com que haja extravasamento de sangue e, consequentemente, a não circulação dentro do vaso sanguíneo, acarretando a morte do tecido cerebral ao redor daquela área”, destaca.Aumento de idade (risco maior a partir dos 55 anos), hipertensão, diabetes, tabagismo, colesterol alto e má alimentação estão entre alguns dos fatores de risco que aumentam as chances de AVC, aponta a cardiologista.“Com a mudança dos hábitos é possível, sim, prevenir o AVC. É importante deixar de fumar, ter um peso adequado, alimentação saudável e não ingerir excesso de bebidas alcoólicas”, alerta a médica.Segundo a nutricionista Rayanne Pimentel, alimentos antioxidantes não enzimáticos ajudam a proteger as células do corpo contra o estresse oxidativo e a inflamação, dois processos que estão envolvidos no desenvolvimento e gravidade da doença.“Podemos incluir na alimentação frutas cítricas (laranja, acerola), frutas vermelhas (morango, mirtilo, amora), folhas verdes escuras e tomate, devido ao licopeno”, orienta.Outros alimentos, como azeite de oliva, segundo a nutricionista, podem reduzir o colesterol e proteger contra doenças cardiovasculares.Cuidados maiores com quem já sofreu um ataquePara quem já teve um acidente vascular cerebral (AVC) os cuidados são ainda maiores para evitar um novo episódio. Dados de uma pesquisa australiana, feita com adultos hospitalizados por AVCs entre 2008 a 2017, mostraram uma taxa global de recorrência da doença de 26% em 10 anos, após o primeiro acidente. O uso de medicações que vão ser prescritas na alta dos pacientes é importante para que minimizar as chances de um novo AVC, conforme explica a cardiologista Fernanda Bento.“Também é importante que o paciente tenha acompanhamento com seu médico e também adotando hábitos saudáveis de vida, de não fumar, não beber em excesso, praticar atividade física e comer de forma saudável. Tudo isso vai colaborar para que ele não tenha novos eventos mais à frente”, explica a médica.Saiba maisAVCO Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa.Alimentos ricos em gordura trans e saturadas, principalmente vindo de alimentos industrializados, podem elevar os níveis de colesterol LDL (“ruim”), o que contribui para a formação de placas nas artérias e aumenta o risco de AVC.Fonte: Ministério da Saúde.

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