Mudanças nas regras de financiamento imobiliário devem impactar mercado de imóveis em 2025

A Caixa Econômica Federal e instituições financeiras privadas implementaram mudanças nas regras de financiamento imobiliário que prometem alterar significativamente o mercado de imóveis em 2025. Com critérios mais rigorosos para a concessão de crédito e aumento das taxas de juros, especialistas preveem um ambiente mais desafiador tanto para compradores quanto para o setor de construção civil.

Regras mais rígidas

A principal mudança promovida pela Caixa foi o aumento do valor de entrada e a redução do percentual financiado pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No sistema de amortização constante (SAC), a entrada passou de 20% para 30% do valor do imóvel. Já no modelo Price, com parcelas fixas, a entrada subiu de 30% para 50%.

Essas alterações buscam equilibrar a demanda por crédito com os fundos disponíveis, impactados pela alta da taxa Selic e pela fuga de recursos da poupança. Bancos privados, por sua vez, não alteraram os critérios de elegibilidade, mas compensaram o cenário com elevação das taxas de juros, reduzindo ainda mais o acesso ao crédito imobiliário.

Impacto nas vendas

Com o crédito mais restrito, uma parcela de potenciais compradores será excluída do mercado. Especialistas apontam que isso pode gerar uma pressão de baixa nos preços dos imóveis, uma vez que vendedores terão que se ajustar à nova realidade.

Segundo Marco Aurélio Stumpf Gonzalez, professor da Unisinos, quem permanecer apto a financiar terá maior poder de barganha:
“Com menor volume de vendas, quem conseguir ter crédito e viabilizar a compra terá um poder de negociação maior.”

Além disso, a restrição ao crédito pode levar a uma maior demanda por aluguel, já que muitos não conseguirão reunir o valor necessário para a entrada exigida.

Construção Civil

O setor de construção e incorporação também será afetado. A dificuldade de financiamento pode desacelerar o ritmo das vendas, comprometendo o fluxo de caixa das empresas. Gonzalez observa que:
“Com o crédito mais caro e restrito, sobra menos dinheiro para as empresas, o que pode impactar os lançamentos e a velocidade de vendas dos imóveis novos.”

Embora o impacto imediato seja mais sentido no mercado secundário, de imóveis prontos, a construção de novas unidades também pode ser prejudicada no médio e longo prazo.

O que esperar do Mercado Imobiliário em 2025?

• Para compradores: Maior seletividade e necessidade de maior planejamento financeiro para reunir valores de entrada mais altos.
• Para vendedores: Ajuste de preços pode ser necessário para atrair compradores dentro do novo cenário.
• Para o setor imobiliário: Redução no volume de transações e maior pressão sobre incorporadores para equilibrar custos e vendas.

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