No Pará, 56 pontes federais estão no mapa de situação “crítica ou ruim”

O colapso e desabamento da ponte JK, na BR-226, entre o Maranhão e o Tocantins, acende o alerta e preocupa a todos que utilizam as rodovias em suas viagens pelo Brasil. O Correio de Carajás recorreu ao atual relatório gerencial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e encontrou nada menos que 48 pontes em rodovias federais paraenses classificadas em situação “ruim”, o mesmo patamar de classificação que tinha a ponte do Estreito. Outras seis estão marcadas como “críticas”.

O mapa é encontrado no portal do Dnit, dividido por estados. As pontes estão no relatório “Obras de artes especiais”. A situação de cada ponte, marcada no mapa é visualizada na forma de quadrados coloridos nesta classificação: vermelho, estado crítico; amarelo, ruim; laranja, regular; azul, boa e verde, excelente.

É preciso destacar que apesar de assustador e preocupante o número de pontes em estado de atenção, a imensa maioria das pontes federais no Pará, 134, está na faixa azul, ou seja, em bom estado.

PERIGO

O Dnit separa as obras de artes especiais (OAE) nos seguintes tipos: ponte, viaduto, túnel, passagem, passarela, pontilhão e ponte de madeira.

Das pontes consideradas em “estado crítico”, duas delas estão aqui no sul e sudeste do Pará: uma na BR-155, entre Marabá e Eldorado do Carajás e outra no extremo sul, na BR-158, próximo à divisa com o Mato Grosso. Já as consideradas “ruins” são 35 aqui na região, contando BR-153, BR-155, BR-158, BR-222 e BR-230.

Um levantamento do jornal “Folha de S.Paulo” aponta que 727 das 5.827 pontes administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, estão em condições críticas ou ruins. Dessas, 130 são classificadas como “críticas”, a pior avaliação possível.

A ponte que colapsou estava classificada na categoria “ruim”, a segunda pior na escala do Dnit. A classificação “ruim” indica problemas estruturais que demandam atenção imediata, como danos no concreto, fissuras, desgaste em juntas de dilatação e falhas em fundações ou pilares.

Fora de rumo

São comuns nessas estruturas o aparecimento de vergalhões que sofrem oxidação pela exposição às intempéries, perda da massa de concreto dos pilares e excessiva dilatação das juntas, tudo que envolvia a ponte no Tocantins-Maranhão havia tempo.

Sem resposta

O Correio de Carajás procurou o Dnit para entender melhor sobre o real estado das pontes marcadas como ruins e críticas no Pará, em especial as das regiões sul e sudeste do Estado, mas a assessoria do departamento disse que não poderia se pronunciar agora, por estar realizando justamente um levantamento das condições.

(Patrick Roberto)

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