Irmão de Fernando Cabeção é preso suspeito de torturar e matar homem em Vila Velha

Vídeo mostra momento em que vítimas são retiradas de casa

|  Foto:
Reprodução vídeo / Divulgação Polícia Civil

José Brito Reis Junior, o Berreu, de 31 anos, irmão de Fernando Cabeção, foi preso pela equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha suspeito de envolvimento na morte de um homem identificado como Matheus. Antes de ser executada, a vítima foi torturada por cerca de uma hora. Além de Matheus, um outro rapaz também foi torturado, mas conseguiu fugir mesmo baleado e sobreviveu ao atentado. Um suspeito está foragido. De acordo com as investigações, quatro criminosos armados e encapuzados invadiram uma residência no bairro Guaranhuns, em Vila Velha, na noite de 30 de junho deste ano. No imóvel, os suspeitos renderam Matheus e um casal. Os três foram levados para um quarto e torturados por cerca de uma hora até que os dois homens são retirados da casa, colocados em um carro e levados até o Vale Encantado, também em Vila Velha, para serem executados. Matheus foi morto com tiros na cabeça, enquanto que o outro homem conseguiu se jogar em uma região de pedras. Ele foi baleado, mas conseguiu pedir socorro em uma rodovia próxima e foi socorrido ao hospital, de acordo com o adjunto da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Cleudes Junior.”Foi um crime bárbaro, porque foram três pessoas que ficaram mais de uma hora sendo torturadas e depois, mesmo no local da execução, continuaram a ser torturadas. O Matheus foi executado brutalmente”, afirmou o delegado. Berreu foi preso no dia 04 de dezembro. Renan Vinicios de Jesus Nascimento, o sobrinho de Berreu, também foi identificado e está foragido. Ele tem um mandado de prisão preventiva em aberto por conta do crime. Os dois foram indiciados pelo homicídio de Matheus, a tentativa de homicídio do outro rapaz, além de tortura e por associação criminosa.DISPUTA PELO TRÁFICO MOTIVOU CRIME

Berreu foi preso

|  Foto:
Divulgação / Polícia Civil

As investigações duraram cerca de cinco meses e a polícia identificou que a motivação do crime foi a disputa pelo controle do tráfico de drogas no bairro Guaranhuns. “Essa disputa ocorreu, principalmente, após a morte de Fernando Cabeção. Ele era uma das lideranças daquela região, esteve envolvido na morte do juiz Alexandre Martins e ficou muito tempo preso. Quando ele saiu do presídio, ele tentou retomar as bocas que eram dele e quem estava a frente não queria devolver e o emboscou na subida da Terceira Ponte”, explicou o delegado. Fernando Cabeção foi morto no dia 28 de junho de 2020, dentro de um BMW, no momento em que passava pela avenida Carioca, que dá acesso à Terceira Ponte, em Vila Velha. Após o assassinato dele, o tráfico no bairro passou a ser dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP), conforme o adjunto da DHPP de Vila Velha. Berreu, irmão de Fernando Cabeção, foi expulso do bairro e passou a tentar retomar o controle das bocas de fumo da região. Para isso, Cleudes Junior disse que ele se aliou ao Primeiro Comando de Vitória (PCV). Na noite de 30 de junho deste ano, Berreu e outros suspeitos se passaram por policiais e invadiram a casa onde estavam Matheus e o casal. Os três foram torturados. Matheus e o outro homem foram retirados da casa, colocados em um carro e levados até o Vale Encantado para serem executados. A mulher foi deixada amarrada dentro do imóvel. Matheus foi morto com tiros na cabeça, mas o outro rapaz conseguiu sobreviver ao atentado. “Ao ouvir os primeiros disparos, ele conseguiu se jogar das pedras, foi baleado duas ou três vezes, o lacre se rompeu e ele conseguiu pedir ajuda na rodovia, sendo socorrido”, explicou o adjunto da DHPP de Vila Velha.O carro utilizado no crime foi encontrado queimado. FALTA DE DENTES AJUDOU A IDENTIFICAR SUSPEITODurante as investigações, o sobrevivente do atentado foi ouvido pela polícia e revelou um detalhe que ajudou as equipes a identificar Berreu. Antes da execução, o suspeito retirou o capuz e o rapaz conseguiu observar que faltavam alguns dentes na boca do irmão de Fernando Cabeção. “Chegou um determinado momento no local da execução em que eles falaram: ‘Vocês acharam mesmo que nós éramos policiais? Nós não somos policiais’. Um dos suspeitos chamou o Berreu pelo nome e ele retirou o capuz. Nisso, a vítima parcial conseguiu visualizar o Berreu. Inclusive, descreveu que faltavam dois ou mais dentes na boca dele. Isso foi preponderante para identificá-lo, porque nós temos registros do Berreu em uma foto faltando os dentes da frente”, revelou o delegado. Cleudes Junior afirmou que o atentado tinha como objetivo levantar informações para direcionar os próximos ataques do grupo. “Eles renderam essas vítimas e, o tempo todo, eles perguntavam sobre drogas, armas e esconderijo de outros traficantes. O objetivo desse ataque era mais do que ceifar a vida dessas vítimas. Era conseguir informações para que fosse possível fomentar os próximos ataques”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.