FIERN defende esforço concentrado para alavancar a indústria do RN

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, defendeu a necessidade urgente de um esforço concentrado para impulsionar o desenvolvimento industrial do estado. Com uma economia amplamente baseada em seus ativos naturais, como pesca, fruticultura, sal marinho, energia renovável e petróleo, o RN enfrenta gargalos estruturais que, segundo ele, podem ser superados com planejamento e vontade política.

“75% do PIB industrial do estado está concentrado nessas atividades naturais”, enfatizou Serquiz, ao falar sobre a relevância da pesca, do sal marinho e das energias renováveis para a economia do RN. Apesar disso, ele destacou a necessidade de expandir a indústria de transformação.

“O mundo hoje entendeu que as commodities são importantes, mas a indústria de transformação tem uma alta condição de geração de renda e emprego. É um ponto estratégico que o RN precisa explorar”.
Entre os setores econômicos do RN, Serquiz apontou o protagonismo do petróleo e da energia renovável. “Os bancos oficiais projetam para 2025 um aumento de 6,20% no PIB industrial, com foco no petróleo”, afirmou.

Ele ressaltou ainda que, mesmo sem arrecadação direta de ICMS, os investimentos em energia renovável geram alguma movimentação econômica. “Mais carros circulando, mais pessoas em atividade, tudo isso impacta a arrecadação e a economia local”.

Serquiz criticou a infraestrutura logística do Estado, especialmente o Porto de Natal. “Hoje, 74% da produção do RN é escoada por Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, enquanto apenas 13% passam pelo Porto de Natal. Isso é inadmissível”, criticou. Ele também apontou soluções. “Com um investimento de R$ 260 milhões, podemos transformar o porto e gerar um movimento econômico de R$ 1 bilhão em apenas 12 meses”.

Além disso, destacou a necessidade de duplicação de rodovias, como a BR-304. “Essa rodovia é fundamental, ligando o oeste do estado, onde temos fruticultura, petróleo e cimento. O Rio Grande do Norte precisa avançar nas suas estradas para reduzir custos e melhorar a logística”, disse Serquiz.

A Fiern, segundo ele, já apresentou ao governo estadual uma agenda propositiva para destravar o desenvolvimento econômico. Entre as iniciativas, ele citou a revisão da Lei Ambiental nº 272/2004, com propostas como descentralizar o licenciamento ambiental para os municípios e dar autonomia ao Idema.

“A nossa legislação ambiental precisa ser modernizada para atrair mais investimentos e concentrar esforços nos grandes empreendimentos, deixando questões locais para os municípios”, explicou.

REFORMA TRIBUTÁRIA. Outro ponto levantado pelo presidente da Fiern foi a preparação do estado para a reforma tributária. “Com o fim dos incentivos fiscais em 2033, precisamos de uma política industrial que defina diretrizes e metas para o futuro. Isso é essencial para garantir competitividade e atrair novos investimentos”.

Para Serquiz, a Fiern tem sido uma voz ativa em defesa do estado. “Participamos da reunião da bancada federal com um foco claro: priorizar o terminal pesqueiro, que é fundamental para o Estado”, relatou.
Ele também abordou o papel conciliador da federação em momentos como nos debates sobre a engorda da praia de Ponta Negra. “Chegamos no momento de maior conflito para trazer razão e conciliação. Esse é o nosso papel”.

Ele foi enfático ao defender a necessidade de ações imediatas: “O RN tem um potencial imenso, mas precisa superar seus gargalos. Não podemos mais esperar. A indústria é o motor que pode alavancar nossa economia e gerar mais empregos e renda para a população”, afirmou.

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