Papa não se intimida com Israel e denuncia ataques em Gaza

Há pouco mais de um ano, o mundo presenciou a intensificação dos conflitos no Oriente Médio, principalmente envolvendo Israel e Palestina. Vários líderes se juntaram para denunciar genocídios e ataques que já deixaram milhares de mortos. Durante a oração do Angelus deste domingo (22), o papa Francisco voltou a condenar os bombardeios na Faixa de Gaza, qualificando os ataques como uma demonstração de “crueldade”. A declaração foi feita de forma on-line devido a um resfriado que levou o pontífice a poupar-se dos compromissos públicos presenciais antes do Natal.“Com dor, penso em Gaza, em tanta crueldade, nas crianças metralhadas, nos bombardeios de escolas e hospitais. Quanta crueldade!”, disse Francisco em uma transmissão diretamente da Casa Santa Marta, sua residência oficial no Vaticano.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Papa Francisco pede cessar-fogo imediato em GazaPapa Francisco pede por investigação de genocídio em GazaNo sábado, o papa já havia demonstrado tristeza com a morte de sete crianças em um ataque ocorrido na última sexta-feira (20). Segundo a Defesa Civil de Gaza, 10 membros de uma mesma família foram mortos em um bombardeio israelense em Jabaliya, no norte do enclave palestino.O papa Francisco tem intensificado as críticas a Israel. Em discursos recentes, abandonou o tom de neutralidade política ao denunciar a “prepotência do invasor” tanto na Ucrânia quanto na Palestina. Em novembro, sugeriu que a situação em Gaza poderia ser analisada sob a “definição técnica” de genocídio.Em setembro, Francisco já havia condenado o uso “imoral” da força militar no Líbano e na Faixa de Gaza, aumentando a pressão sobre Israel, que agora enfrenta questionamentos sobre suas ações na região.Quer mais notícias do mundo? Acesse nosso canal no WhatsAppO governo israelense reagiu de forma contundente às declarações do papa. Em nota divulgada no sábado, o Ministério das Relações Exteriores acusou Francisco de “dupla moral” e de ignorar o contexto da “luta contra o terrorismo jihadista”.“Os comentários do papa são particularmente decepcionantes porque estão desconectados da realidade. Ele aponta o dedo para o Estado judeu e seu povo, enquanto deveria focar nos agressores”, afirmou o comunicado. A nota também destacou que cerca de 100 pessoas, incluindo menores, permanecem sequestradas pelo grupo Hamas na Faixa de Gaza.Na última noite, novos bombardeios israelenses atingiram a Faixa de Gaza, deixando 28 mortos, segundo a Defesa Civil local. Entre as vítimas, estão quatro crianças que morreram em uma escola que abrigava desabrigados na Cidade de Gaza.O exército de Israel declarou que os ataques tinham como alvo “terroristas do grupo Hamas”. Por outro lado, a ONU considera os dados divulgados pelo Ministério da Saúde da Palestina – que contabiliza mais de 45 mil mortos desde o início da ofensiva israelense – como confiáveis.O conflito entre Israel e o Hamas escalou dramaticamente após os ataques do grupo palestino em 7 de outubro, que deixaram 1.208 israelenses mortos. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar que tem causado mortes e destruição na região de Gaza.
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