Dr. Celso Granato, médico infectologista da Diagnoson a+
| Foto: Divulgação
O infectologista explicou como acontece a transmissão pela saliva, ainda dentro do período de incubação. São sintomas que se confundem com outras doenças como gripe e dengue.“A partir de cinco dias, sete dias, do contágio, a pessoa já começa a contar o tempo de incubação. Depois de quatro, cinco dias, a pessoa já começa a ter o vírus na saliva, nessa hora ele já é contaminante mas não é uma uma contaminação muito eficiente como a gripe. Nos primeiros dias da doença, três, quatro, cinco dias, a pessoa está com febre, está se sentindo meio mal, dores pelo corpo. Nessa hora a pessoa pode estar transmitindo sem estar percebendo e o pior é poder estar achando que é alguma outra coisa como gripe, dengue, chikungunya, porque são sintomas muito inespecíficos e que podem se confundir com outras”, diz o médico.O surto tem explicação?O Dr. Celso Granato explica que o surto aconteceu por causa de uma mutação do vírus, que já estava presente na África há muitos anos, mas sofreu uma pequena alteração recentemente.“Sempre que você tem um surto de um número muito grande de coisas, do ponto de vista estatístico, aumenta a chance de ter variações. Vírus se multiplica em uma velocidade muito rápida. Esse, especialmente, é muito rápido e pode errar. Ele faz um vírus cível que não é exatamente igual aquele vírus pai e vírus mãe. Não quer dizer que ele vai ser obrigatoriamente grave por causa disso, mas ele fica mais grave, que é o que está acontecendo agora. Ele está matando os pacientes com uma frequência um pouco maior do que o vírus anterior e ele está transmitindo com uma frequência maior do que ele fazia antes. Ainda falta muita coisa pra gente saber”, completa o médico.Leia também:>> Mpox: conheça sintomas e tire principais dúvidas sobre a doença>> Varíola Mpox: Bahia confirma 38 casos e investiga nova variante>> Mpox no Brasil: qual o perfil dos infectados pela doença? Confira
A mpox é uma doença zoonótica viral
| Foto: Débora F.Barreto | Fiocruz
Pacientes de riscoRecém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão pré-existente correm risco de apresentar sintomas mais graves e de morte por mpox. Profissionais de saúde também apresentam risco elevado devido à maior exposição ao vírus.Além disso, qualquer pessoa com múltiplos parceiros sexuais também está em risco, assim como qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém que apresente sintomas.O infectologista chama atenção para pacientes diagnosticados com HIV sem um controle adequado da doença. “Hoje em dia os tratamentos pra HIV estão bastante efetivos. Se for uma pessoa que o soro positivo para HIV, que está descontrolado, não está tomando remédio direitinho ou se contaminou há pouco tempo e ainda não está tomando tratamento, esse grupo corre mais risco. Se a pessoa tiver com essas bolhas, pode pegar uma contaminação bacteriana antes de tratar as feridas, aí que pode ficar mais grave. Se a pessoa tiver a imunidade muito fraca, seja pelo HIV ou por transplante, pode ter a disseminação do próprio vírus e ele parar no pulmão, no coração ou no cérebro. Então, acaba que a pessoa pode ter uma contaminação de uma doença que, normalmente, seria restrita à pele”, completa.