POR FAVOR, NÃO ME IMPONHA SUA FÉ!

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará! ”
“Você está condenada ao inferno! ”
“Deus disse que…”
“Eu tenho a verdade! ”
“Eu sou a verdade! ”
“Eu falo em nome de Deus! ”

ARROGÂNCIA! SOBERBA! PREPOTÊNCIA!

Sobre qual verdade você fala?!

O que é a verdade!?

Em nome de Deus?! De que Deus?! Quem é você!?

Quem te disse que você é melhor que qualquer um!?

CONDENA-ME?

CONDENO-TE! (Afinal, somos mais iguais do que você desejaria!)

Vão pro inferno os arrogantes, vão pro inferno os soberbos, vão pro inferno os prepotentes… (Ou o Reino dos Céus é para estes!?) E os que usam o nome de Deus em vão!? Pra onde vão? Estão em pecado! Não é isso que diz as escrituras!?

Não me imponha sua crença, sua fé, seu Deus! Não queira que eu engula goela abaixo o que você e sua igreja pregam. Não seja arrogante a ponto de se autossalvar e, pior, de acreditar que tem o poder de julgar e condenar as outras pessoas que não comungam com suas premissas de fé.

PARE! 

Dos meus pecados sei eu. Serei eu a prestar contas, ou você?! Deixe-me!!!

Evangelize quem queira, quem pede, quem venha até você e clame por isso. Não obrigue ninguém a ter que ouvir seus discursos de salvação, condenação, obrigação, proibição e só Deus sabe mais o quê!

Eu não faço isso com você! Jamais farei! Nunca faria! Sabe por quê? Porque você não é obrigado/a/e a entender a minha relação com o Deus que eu acredito. Porque eu não preciso impor a você minha forma de viver, de pensar e de crer conforme minhas premissas. Porque minha crença é minha! Minha fé é minha! Minha oração é minha! E as inúmeras bênçãos (sim, sou abençoada, querendo você ou não!) que eu recebo não são cobradas nem por Deus, nem por igreja nenhuma. Não devo satisfação a você, a vocês!!!

Deus, o meu, aquele em quem acredito, não me usa como forma de fazer propaganda dEle mesmo. Ele não precisa disso. Ele não é bondoso, generoso, misericordioso e amoroso comigo em troca de que eu faça campanha publicitária pró-Deus. Não fazemos barganha. Não fazemos troca. Não vivemos de toma-lá-dá-cá. Respeitamo-nos “como convém a um Deus e a um poeta” – como disse Alberto Caeiro, heterônimo de Pessoa.

“Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo/ Que nunca pensamos um no outro/ Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo/ Como a mão direita e a esquerda” – continua Caeiro… Que poema… Que acalanto pensar em Deus assim: companheiro, íntimo, amigo, cúmplice, cotidiano…

E, por favor, não trate esse desabafo (sim, essa é uma crônica do desabafo, de desabafo, de demonstração de cansaço e pedido de “deixe-me em paz!”) como um discurso de intolerância religiosa. Não estou sendo intolerante com nenhuma religião. Só não aceito que sua fé me seja imposta, só não aceito mais a arrogância de certos religiosos, de muitas religiões e seus inúmeros de seguidores.

Só não permito mais que me importunem, que me venham com as bocas cheias de verdades, usando o nome de Deus para apontar, julgar, odiar; para me dizerem que “Deus ama o pecador, mas não ama o meu pecado”. Se você soubesse realmente o que Deus quer, você seria Ele e não cometeria pecado algum, e não erraria nunca, e não sofreria nunca, e não adoeceria nunca, nem morreria, nem daria adeus aos seus entes queridos, nem seria arrogante, nem soberbo, nem prepotente… afinal, sendo Deus, você seria santificadamente eterno/a/e, perfeito/a/e, e seria feito de amor, de puro amor, não é mesmo!?

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