O senador Rogério Marinho (PL) acusou o governo federal de manipular previsões orçamentárias ao incluir R$ 28 bilhões em receitas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), valor que, segundo ele, não passará de R$ 500 milhões. O parlamentar classificou a prática como “estelionato fiscal” e afirmou que a estratégia repete artifícios usados em 2023, quando a expectativa de arrecadação de R$ 52 bilhões com o mesmo mecanismo resultou em apenas R$ 300 milhões.
“É contabilidade criativa para esconder o rombo. Inflam números, transferem despesas para fora do orçamento e deixam a conta para o contribuinte”, disse em entrevista à 96 FM, citando como exemplos o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o programa Pé-de-Meia e o vale-gás. Ele vinculou a política fiscal ao custo do crédito: “Essa irresponsabilidade mantém os juros altos e aumenta a dívida pública”.
O senador criticou ainda a elevação do IOF, aprovada na véspera. “Onera importações e pressiona preços, mas o governo prefere isso a cortar gastos”. Sobre os subsídios à tarifa de energia, afirmou que a medida era “populismo. A classe média e a indústria bancam a conta para o governo comprar apoio político”.
Rogério mencionou R$ 4,5 bilhões anuais de Itaipu, cuja destinação foi alterada após o fim do pagamento da dívida da usina em 2023. “Esses recursos financiam eventos como a COP-30 e assentamentos do MST, não redução de tarifas ou investimentos produtivos”, declarou.
Na agenda política, confirmou a pré-candidatura ao governo do Rio Grande do Norte e a disposição do PL em lançar nome à Presidência em 2026. “O país não aguenta mais um Estado que só gera despesa, não emprego”, disse, ao anunciar turnê nacional com Jair Bolsonaro para fortalecer a oposição.
Sobre a CPMI do INSS, marcou data: “Dia 17 de junho. Fraudes contra aposentados não podem ser varridas para debaixo do tapete”. E completou: “Se houver irregularidades no governo anterior, que sejam apuradas também”.