Policial federal come picanha, toma 16 chopes e tenta dar “carteirada” para não pagar a conta

Eduardo Tavares Mendes Júnior
Eduardo Tavares Mendes Júnior

Por Felipe Borges | Pragmatismo Político

Eduardo Tavares Mendes Júnior, agente da Polícia Federal (PF) lotado na Superintendência da PF em Alagoas, foi preso em flagrante após protagonizar uma sequência de abusos num bar em Brasília. O servidor consumiu 16 chopps, uma porção de picanha e, ao se recusar a pagar a conta de R$ 178, tentou utilizar sua posição na corporação para intimidar funcionários e policiais civis. O caso ocorreu em 11 de março na choperia Fausto & Manoel, no Sudoeste, mas veio à tona apenas agora, após a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluir o inquérito e o Ministério Público oferecer denúncia.

Segundo o boletim de ocorrência, Eduardo chegou ao bar acompanhado de um amigo. Juntos, consumiram 16 chopps, cuja conta foi devidamente paga. No entanto, após a saída do amigo, o agente federal abriu uma nova comanda, sozinho, e pediu uma porção de picanha, mais sete chopps — dois com promoção e cinco fora da oferta. Ao receber a conta de R$ 178,42, se recusou a pagar, alegando que só se lembrava da picanha e que “sabia como funcionavam essas pilantragens de bar”.

O servidor se identificou como policial federal e, visivelmente embriagado, passou a desacatar funcionários e policiais civis chamados ao local. Quando solicitado a se identificar formalmente, se recusou, dizendo que não apresentaria seus documentos a um “simples policial civil”. Em seguida, balançava de longe a carteira funcional, dificultando qualquer verificação.

Ameaças e coação

Conduzido à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), Eduardo elevou o tom. Disse que não seria revistado, pois bastava sua palavra de que não estava armado. Precisou ser algemado. Quando soube que responderia criminalmente pelo calote, ameaçou os agentes da delegacia: “Sou policial federal e isso não vai ficar assim. Vocês vão ver”.

Já dentro da cela, foi ainda mais direto: afirmou que seu pai é procurador-geral de Justiça de Alagoas e que haveria retaliações contra os policiais que conduziram o caso.

Eduardo Tavares Júnior acabou autuado pelos crimes de fraude, ameaça, desacato, desobediência, recusa de fornecimento de dados e coação no curso do processo. A Superintendência da PF no DF foi notificada, mas não enviou representante. O agente recusou-se a fornecer contatos de familiares, a ser interrogado ou a assinar os autos.

Histórico e posição de destaque

Eduardo não é apenas agente da Polícia Federal: ele ocupa atualmente a presidência da Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal em Alagoas (ANSEF/AL), eleito para o triênio 2022–2025. A posição, que exige representatividade e responsabilidade institucional, aumenta a gravidade do episódio.

A Polícia Federal, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o caso nem informou se instaurará procedimento disciplinar. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por sua vez, já ofereceu denúncia formal.

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