O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou Casey Means, médica que se tornou influenciadora de bem-estar e tem laços estreitos com o secretário de Saúde e Serviços Humanos Robert F. Kennedy Jr., para o cargo de “Surgeon General”.O cirurgião-geral dos Estados Unidos é considerado o “médico da nação”, supervisiona os 6 mil membros do Corpo de Saúde Pública e pode emitir alertas sobre ameaças à saúde pública.Trump disse que a sua escolhida tem “credenciais ‘MAHA’ impecáveis” – referindo-se ao slogan “Make America Healthy Again” (“Torne a América Saudável Novamente”) – e que ela trabalhará para erradicar doenças crônicas e melhorar a saúde e o bem-estar dos americanos.”Seus feitos acadêmicos, junto com o trabalho de sua vida, são absolutamente extraordinários”, afirmou Trump. “A Dra. Casey Means tem potencial para ser uma das melhores Surgeon Generals da história dos Estados Unidos.”Inicialmente, Trump havia escolhido a médica Janette Nesheiwat, apoiadora declarada do republicano, que aparece com frequência como comentarista em questões de saúde na Fox News. Ela deveria comparecer à audiência de confirmação no Senado na quinta-feira, mas teve a indicação retirada em meio às críticas da extremista de direita Laura Loomer, que influenciou a saída de membros do Conselho de Segurança Nacional. Indicada para assumir o posto, Casey Means é próxima do secretário Robert F. Kennedy Jr. Ela e seu irmão Calley Means – que está como conselheiro na Casa Branca – atuaram na campanha de Kennedy à presidência e intermediaram o endosso a Trump depois que ele abandonou a disputa.Casey Means não tem experiência em governo e abandonou o programa de residência em cirurgia, dizendo que se iludiu com a medicina tradicional. Ela fundou uma empresa de tecnologia em saúde, que monitora níveis de açúcar no sangue e outros indicadores. Também ganha dinheiro com suplementos alimentares, cremes, chás e outros produtos que promove nas redes sociais.Em entrevistas e artigos, Casey e seu irmão descrevem uma complexa teia de influências como culpadas pelos problemas de saúde do país – incluindo conglomerados alimentícios corruptos que viciaram os americanos em dietas não saudáveis, tornando-os dependentes de medicamentos da indústria farmacêutica para lidar com obesidade, diabetes e outras condições crônicas.Poucos especialistas em saúde discordam que a dieta americana, rica em alimentos ultraprocessados, contribui para a obesidade e problemas correlatos. Mas ela vai além, relacionando a alimentação e estilo de vida a uma série de condições como infertilidade, Alzheimer, depressão e disfunção erétil.”Quase todo sintoma crônico de saúde que a medicina ocidental trata é resultado de nossas células estarem sobrecarregadas pelo modo como passamos a viver”, disse Casey em um livro de 2024 coescrito com seu irmão.Especialistas em alimentação alertam que a posição é simplista. “É muito mais complicado do que simplesmente culpar os ultraprocessados pelas doenças crônicas nos EUA”, afirma Gabby Headrick, pesquisadora em nutrição na Escola de Saúde Pública da Universidade George Washington. Casey se formou como cirurgiã em Stanford, mas construiu uma base de seguidores online ao criticar o sistema médico tradicional e promover alimentos naturais e mudanças no estilo de vida como forma de reverter doenças como obesidade e diabetes.No que diz respeito às vacinas, ela repetiu parte do ceticismo Kennedy, pediu ao governo que estude seus “efeitos cumulativos” e enfraqueça proteções oferecidas aos fabricantes para encorajar o desenvolvimento dos imunizantes. “Há evidências crescentes de que o peso total do atual calendário de vacinação extremo e crescente está causando declínios na saúde de crianças vulneráveis”, escreveu em outubro. Especialistas em saúde infantil se opõem veementemente à redução da lista de imunizações recomendadas, alertando que isso desencadearia surtos de doenças infecciosas fatais. (Com agências internacionais).
Trump indica influenciadora de bem-estar para posto de ‘médico da nação’ dos EUA
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