Atenção no trânsito: conheça 8 regras para manter o foco na direção

No trânsito, a atenção dispersiva – quando o motorista se distrai enquanto está dirigindo, desviando o foco da direção para estímulos externos e diminuindo a capacidade de perceber e reagir às situações adversas – é uma das principais causas de acidentes viários.Uso do celular, conversas com passageiros e distrações visuais, conforme especialistas, podem trazer como consequência a redução da percepção de elementos importantes para uma condução segura. Focar no trânsito enquanto conduz um veículo tem sido um tema recorrente de debates promovidos por órgãos ligados ao setor, a exemplo do Observatório Nacional de Segurança Viária, e pode ser estimulado a partir de estratégias.Diante da sua importância, o tema sobre direção segura e responsável foi debatido na 4ª Conferência Ministerial Mundial sobre Segurança Viária, realizada em fevereiro deste ano, no Marrocos. Durante o evento promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil e demais participantes definiram estratégias e estabeleceram o compromisso de reduzir 50% das mortes de trânsito em seus países até 2030 – meta estabelecida pelo Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU).Elementos que estão à mão do motorista e que desviam seu foco de atenção são, geralmente, os grandes vilões. Como o telefone móvel é um dos principais causadores de acidentes por conta da dispersão, uma das medidas que especialistas em segurança no trânsito recomendam aos motoristas é criar o hábito de desligar o celular ou usá-lo em modo avião ao entrar no veículo.“O uso do celular, seja para fazer ligações, enviar mensagens ou acessar a internet, é um dos objetos que mais distraem o condutor, bem como outros dispositivos eletrônicos”, garante o tenente-coronel da Polícia Militar, Jailton Santana. O cansaço e o sono, complementa, são outras formas de dispersão, bem como o costume de mulheres ao volante fazerem ou retocarem a maquiagem no sinal fechado ou nos engarrafamentos. Os pensamentos e as emoções também contribuem para distrair o condutor”, enumera.A pressa, chama a atenção o tenente-coronel, é um fator de distração no trânsito tão ou mais poderoso que o celular. “Quando estamos apressados, nos sentimos ansiosos, estressados e impacientes, o que pode afetar a nossa capacidade de concentração e atenção. Sem falar que a pressa promove o aumento de velocidade, fazendo com que o condutor tome decisões precipitadas, podendo gerar acidentes e multas”, afirma, ressaltando que, para tal situação, o tempo de viagem e a rota devem ser planejados com antecedência. “A dica é sair mais cedo sempre que possível para chegar no destino com calma e segurança”.O inspetor Fábio Rocha, do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ratifica que os principais elementos de distração no trânsito, atualmente, são o uso do celular e dos sistemas multimídia dos veículos, além das conversas intensas com passageiros, do manuseio de objetos, dos ajustes no som ou no GPS e até de atividades como comer ou fumar enquanto dirige. “Também podemos incluir fatores externos, como painéis publicitários, movimentações incomuns nas vias e até mesmo pensamentos excessivos, as chamadas distrações mentais, que tiram o foco do que realmente importa: o controle do veículo e a atenção ao ambiente ao redor”, pontua.Mas é a pressa, concorda o policial Fábio Rocha, que tem sido uma das grandes inimigas da segurança no trânsito. “Ela gera comportamentos impulsivos, reduz o tempo de tomada de decisão e compromete a capacidade de observar os detalhes do tráfego, desde a sinalização até a movimentação de outros veículos e pedestres. O motorista apressado tende a assumir riscos maiores, como ultrapassagens indevidas, avanço em sinal vermelho e desrespeito aos limites de velocidade. Em muitos casos, esses comportamentos são tão perigosos quanto o uso do celular, pois colocam todos ao redor em risco real e imediato”.Quem está no comando do volante deve procurar, sobretudo, manter o equilíbrio emocional, ainda que situações adversas provoquem ansiedade ou estresse. “Uma boa dica é usar a respiração profunda para se manter calmo e focado. É importante também se acomodar no banco do carro com uma postura correta, ajustar o assento e os espelhos em posições confortáveis. Para não perder o foco no trânsito é essencial, ainda, manter o veículo em boas condições de uso e aprender a lidar com as situações de emergência. Com esses comportamentos seguros, os benefícios são maior segurança, redução do estresse, melhoria da habilidade de direção, aumento da confiança e prevenção de acidentes”, afirma o tenente-coronel Jailton.Regras para manter o foco na direção:- Desenvolver hábitos simples e conscientes, como planejar a rota e organizar o que for necessário, como GPS, playlist, lanches e chamadas.- Evitar o uso do celular enquanto dirige. Se for necessário, utilize o modo “não perturbe” ou ative mensagens automáticas.- Manter as duas mãos no volante e os olhos sempre em movimento, observando retrovisores, sinalizações e o comportamento de outros condutores.- Estabelecer pausas em viagens longas para descanso mental e físico.- Evitar conversas intensas ou assuntos que tirem a concentração.- Criar o hábito começa com a autopercepção: reconhecer quando está distraído e retomar o foco.- Pequenas mudanças diárias, como guardar o celular ao entrar no carro ou sair com mais tempo de antecedência, ajudam a reprogramar o cérebro para um comportamento mais seguro e consciente no trânsito.- A direção segura exige presença, atenção e responsabilidade.Fonte: PRF
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