Durante o lockdown, Gabrielle Alves, 24, estava com 19 anos. A feirante lembra que teve a doença e ficou muito apreensiva por ser asmática, mas que apresentou apenas falta de olfato e paladar. “Os cuidados foram redobrados com o uso de máscara e álcool em gel. Meu medo era porque tinham idosos em casa”, comentou. Com relação ao trabalho, duas situações foram observadas.Gabrielle explica que os clientes eram pouquíssimos e com a queda nas vendas, a família teve prejuízos com frutas que estragaram devido à pouca procura. Uma outra situação observada pela feirante foi a importância do delivery para o comércio das frutas durante as medidas restritivas no lockdown. “Um dos aprendizados foi esse, da entrega na casa do cliente. Era uma forma de mantermos as vendas”.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsappO vendedor de camarões Antônio Raposo, 57, afirma que “quebrou” durante o momento da pandemia em 2020. Raposo relembra que para pagar as dívidas que contraiu com os fornecedores dos crustáceos, precisou gastar o dinheiro que possuía guardado na poupança. “Naquela época do lockdown, eu lembro que as ruas ficaram bloqueadas com carros da polícia para que as pessoas seguissem as medidas de segurança”.Raposo diz que não teve Covid-19, mas viu colegas da feira perderem a vida por causa da doença. “Eu lembro que em 1º de maio de 2020, foram cinco feirantes que morreram nesse único dia. Eu fiquei três dias sem sair de casa com medo. Perdi clientes, inclusive”, relembrou. Cinco anos depois, a barraca do Antônio está sortida dos mais diversos tipos de camarões e com clientes a qualquer momento. “Teve gente que fez dívidas comigo naquela época e não pagou até hoje. Eu cobro”, brinca.