Justiça autoriza envio de provas contra Bruno Henrique ao STJD e à CPI

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, segue envolvido em uma investigação que apura possível manipulação de resultado no Campeonato Brasileiro de 2023. Nesta quarta-feira, 1, a Justiça do Distrito Federal negou pedido da família do jogador para decretar sigilo no processo e autorizou o envio de provas colhidas pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, em andamento no Senado Federal.O juiz Fernando Brandini Barbagalo manteve a decisão que permite o compartilhamento das provas com a CPI e também deu aval para que o tribunal desportivo receba o material. O STJD poderá, com base nas informações, abrir um novo inquérito contra Bruno Henrique.O caso se refere ao cartão amarelo recebido pelo atacante na partida entre Flamengo e Santos, válida pela 31ª rodada do Brasileirão 2023. A Polícia Federal identificou movimentações atípicas em casas de apostas, com até 98% das apostas em cartões voltadas especificamente para Bruno Henrique. A suspeita é de que o jogador tenha recebido a advertência de forma deliberada para beneficiar apostadores ligados a ele, incluindo seu irmão, esposa do irmão e uma prima.Nos celulares apreendidos na operação da PF, mensagens indicam conhecimento prévio da infração. Em uma das conversas, o irmão do jogador pergunta: “Quando vai tomar o terceiro cartão?”, ao que Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”.Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas foram indiciadas, entre familiares e amigos, todos por envolvimento direto nas apostas ou por estelionato. O atleta e seu irmão foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes esportivas, com pena prevista de dois a seis anos de reclusão.Mesmo com o indiciamento, o Flamengo decidiu manter Bruno Henrique no elenco. O atacante deve ser titular nesta quinta-feira, 2, quando o time enfrenta o Botafogo-PB, pela terceira fase da Copa do Brasil.Por fim, a Justiça determinou que a operadora Blaze, citada nas investigações, forneça dados de quatro dos indiciados. A empresa havia sido mencionada em mensagens extraídas dos celulares dos envolvidos, mas ainda não havia colaborado com a apuração.O caso agora segue para o Ministério Público do Distrito Federal, que deverá decidir se oferece denúncia formal contra os investigados.
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