Fraude no INSS: Indígenas, deficientes e doentes também foram vítímas

Investigações referente às fraudes em contracheques de aposentados e pensionistas no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) apontaram que foram realizados cadastros indevidos em nome de analfabetos, indígenas que vivem em aldeias, idosos com doenças graves e pessoas com deficiência. As informações são do Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU)”Houve relatos de entrevistados que responderam em nome dos titulares dos benefícios sobre a impossibilidade de eles terem assinado termos de autorização e fichas de filiação, considerando serem pessoas com deficiência que os impede dessa manifestação de vontade, assim como impossibilitados de locomoção por doença grave, indígenas que residem em aldeias e não sabem ler ou escrever ou residentes no exterior e que não tiveram contato com associações quando estiveram no Brasil”, diz a CGU.Descontos indevidosInvestigações da CGU e da Polícia Federal identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024.

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No ano passado, a CGU realizou visitas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, no período de 17 de abril a 04 de julho. Os auditores entrevistaram 1.273 beneficiários, dos quais 1.242 (97,6%) informaram que não autorizaram o desconto e 1.221 (95,9%) afirmaram não participar de associações, sinalizando que os descontos estariam ocorrendo de maneira indevida. Os beneficiários relataram, ainda, dificuldades para identificar o desconto, assim como solicitar o seu cancelamento.O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, negou que tenha participado do esquema e reconheceu que o INSS demorou para agir. “Demorou? Sim. Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que eu gostaria que fosse muito mais ágil. Mas estamos agindo. Estamos fazendo. Está doendo na nossa carne. Estamos tendo que exonerar gente que trabalhava com a gente, que convivia com a gente”, afirmou.

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