Sem negociar e apenas informando a decisão da empresa por meio da própria plataforma, o iFood comunicou aos trabalhadores o aumento de R$ 1 na taxa mínima de entrega (que para motos e carros passou de R$ 6,50 para R$ 7,50) e de R$ 0,50 para entregas de bicicleta (passando de R$ 6,50 para R$ 7), que passarão a ser limitadas a quatro quilômetros.
A categoria pedia aumento da taxa mínima de entrega de R$ 6,50 para R$ 10,00, além de reajuste do valor por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50; limitação das rotas de bicicleta a um máximo de 3 km; e pagamento integral da taxa por entrega, sem redução em pedidos agrupados por empresas, como o iFood.
“Consideramos um desrespeito à categoria a forma unilateral com que a empresa impôs o aumento, sem qualquer abertura para diálogo ou negociação com os trabalhadores. O iFood segue ignorando demanda fundamental da base nacional dos entregadores: a remuneração por quilômetro rodado. Essa pauta é central para garantir justiça no pagamento, já que o tempo e a distância percorrida são fatores determinantes na nossa atividade”, criticou por meio de nota o Comando Nacional do Breque dos Apps.
Este ano os entregadores por aplicativo fizeram duas paralisações nacionais nos dias 31 de março e 1º de abril. Natal foi uma das cidades que aderiu aos protestos.
“Nada mais justo do que chamar as lideranças a participar de uma negociação para realmente chegar a um denominador comum, com um reajuste que nós merecemos”, argumenta Alexandre Silva, presidente da Associação dos Trabalhadores de Aplicativo por Moto e Bike de Natal e Região Metropolitana (Atamb).
Na tentativa de avançar na negociação, os entregadores deram duas alternativas ao iFood:
- Abrir uma mesa de negociação com o Comando Nacional até o dia 1º de maio de 2025;
- Ou atender integralmente todas as pautas da categoria até o dia 1º de junho de 2025.
Caso a empresa permaneça em silêncio, como tem feito até agora, os entregadores prometem fazer uma paralisação nacional no dia 2 de junho, por tempo indeterminado.
Confira na íntegra a nota do Comando Nacional do Breque dos Apps:
NOTA OFICIAL DO COMANDO NACIONAL DO BREQUE DOS APPS
O Comando Nacional do Breque dos Apps vem a público repudiar a mais recente comunicação do iFood acerca do reajuste na taxa mínima de entregas. Consideramos um desrespeito à categoria a forma unilateral com que a empresa impôs o aumento, sem qualquer abertura para diálogo ou negociação com os trabalhadores.
O iFood segue ignorando demanda fundamental da base nacional dos entregadores: a remuneração por quilômetro rodado. Essa pauta é central para garantir justiça no pagamento, já que o tempo e a distância percorrida são fatores determinantes na nossa atividade.
Além disso, a medida anunciada para os entregadores de bike escancara mais uma vez a política discriminatória da empresa. O valor da taxa mínima para bike foi fixado abaixo do valor pago para motos e carros, em total desrespeito com quem também enfrenta o corre diário nas ruas, muitas vezes em condições ainda mais precárias. O Comando considera um absurdo a tentativa do iFood de dividir a categoria, oferecendo valores diferentes pelo mesmo trabalho.
A empresa também continua espoliando os trabalhadores ao manter as rotas agrupadas sem o pagamento integral de cada entrega. Essa prática fraudulenta aumenta a carga de trabalho sem a devida remuneração, o que é inaceitável.
Dado esse cenário, o Comando Nacional do Breque dos Apps estabelece o seguinte prazo:
- O iFood tem até o dia 1º de maio de 2025 para abrir uma mesa de negociação com o Comando Nacional;
- Ou atender integralmente todas as pautas da categoria até o dia 1º de junho de 2025.
Caso a empresa mantenha a postura de desrespeito e silêncio, a categoria entrará em paralisação nacional no dia 2 de junho, por tempo indeterminado.
Seguimos firmes na luta por justiça, dignidade e respeito para todos os trabalhadores e trabalhadoras de aplicativo.
Comando Nacional do Breque dos Apps
29 de abril de 2025
Saiba +
Entregadores recebem “não” do iFood e seguem com protestos em Natal
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