A Prefeitura de Parnamirim emitiu nota repudiando as ameaças de morte e os ataques racistas sofridas pela prefeita Nilda Cruz (Solidariedade). De acordo com o comunicado, o conteúdo criminoso foi encaminhado via WhatsApp por um perfil denominado “Supremacia Grazi”, utilizando um contato código de DDD de São Paulo (011).
“O remetente se referiu à prefeita como ‘macaca’ em uma clara manifestação racista, bem como afirmou ‘estar contando as balas’ para atacá-la, destacando, inclusive, que vai invadir o gabinete da chefe do Poder Executivo da terceira maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte”, informou a nota.
De acordo, ainda, com a nota oficial, a prefeita registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, além de comunicar o fato à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).
O comunicado acrescenta que a prefeita “adotou medidas preventivas para garantir a sua integridade física e a de seus familiares”.
“Causa repulsa, revolta e indignação os ataques racistas e misóginos contra a primeira mulher negra da história eleita para governar o município de Parnamirim. Esse ato de violência política de gênero não pode prosperar e o Poder Executivo Municipal espera que as autoridades competentes atuem de forma enérgica para prender o responsável ou responsáveis por essas atitudes deletérias”, completou a nota.
Filha da prefeita lembra que estudantes também foram ameaçados
Nilda Cruz, até o momento, não se pronunciou publicamente sobre as ameaças. A filha da prefeita, vereadora Rafaela Cruz (Solidariedade), divulgou uma nota de repúdio em suas redes sociais contra os ataques sofridos pela mãe.
Ela afirmou que, diante do teor das mensagens, que incluíam menções a ataques a escolas municipais, ela apresentará requerimento “solicitando o reforço imediato da segurança nas unidades de ensino do município, para garantir a proteção dos alunos, professores e servidores”.
Assembleia Legislativa pede “responsabilização dos autores” das ameaças
A Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada estadual Cristiane Dantas (Solidariedade), também divulgou uma nota de repúdio contra “os atos de violência política de gênero e racismo cometidos contra a prefeita de Parnamirim, Professora Nilda”.
“As ameaças recebidas pela prefeita configuram não apenas crimes graves, mas também uma tentativa de intimidar e silenciar uma mulher que exerce legitimamente seu mandato eletivo. Esse tipo de violência é inaceitável e exige a apuração rigorosa dos fatos, bem como a responsabilização dos autores”, diz trecho do comunicado.
Adversário de Nilda em 2024, Salatiel expressa solidariedade

Adversário de Nilda Cruz nas eleições de 2024, o apresentador Salatiel de Souza, presidente do PL de Parnamirim, também prestou solidariedade à prefeita, afirmando que os ataques, o racismo e as palavras de ódio contra ela eram “inaceitáveis”.
“Eu quero agora, nesse momento, externar minha total solidariedade e apoio à prefeita da cidade, a professora Nilda, com quem todos sabem que disputamos a eleição. Foi uma eleição acirrada, uma eleição em que eu fui muito atacado, mas eu nunca falei absolutamente nada da sua vida, da sua honra e da sua intimidade”, declarou Salatiel de Souza.
Ele afirmou que não poderia “achar normal essa ameaça que ela vem sofrendo, como prefeita, como mãe, como mulher e como esposa”.
Salatiel cobrou que as autoridades policiais identifiquem e prendam o autor das ameaças contra a prefeita e os alunos de Parnamirim. “Espero e cobro as providências das autoridades”, completou.
Decrid investigará ameaças
A Polícia Civil também informou, em nota, que o caso será tratado como de “extrema gravidade e repulsa” e receberá prioridade na apuração.
A investigação ficará a cargo da recém-criada Delegacia Especializada no Combate a Crimes Raciais, Intolerância e Discriminação (Decrid). A Polícia Civil também reforçou que as pessoas também podem ajudar nas investigações denunciando anonimamente pelo Disque Denúncia 181.
A governadora Fátima Bezerra (PT), além de expressar solidariedade à prefeita, informou que solicitou ao coronel Francisco Araújo (Sesed) e à delegada-geral Ana Cláudia Saraiva Gomes o início imediato das investigações, com todo o rigor da lei, pela Polícia Civil.
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