Fraude no INSS: Lula dá sinais de permanência de Lupi em ministério

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá sinais de que vai manter Carlos Lupi como chefe do Ministério da Previdência, mesmo após as denúncias de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vieram à tona na semana passada.

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Assessores presidenciais informaram à CNN que o critério do presidente para afastamentos segue o mesmo: o surgimento de elementos graves ou a apresentação de denúncia formal pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ainda não há denúncia formal contra Lupi.Além da questão jurídica, a permanência de Lupi também passa por um dilema político. O ministro é presidente honorário do PDT, partido que apoiou Lula no segundo turno de 2022. Para 2026, a sigla ainda não definiu se apoiará a reeleição do presidente ou se lançará candidatura própria, como no primeiro turno de 2022.A avaliação de assessores do governo é de que um afastamento de Lupi pode fortalecer o grupo no partido, liderado por Ciro Gomes, que é opositor ao governo petista, e, eventualmente, empurrar a legenda para uma candidatura própria contra a reeleição do presidente petista.AlertaO ministro foi alertado em junho de 2023 sobre os indícios de irregularidades, durante reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Porém, a primeira medida do INSS só foi tomada em março de 2024, quando o órgão publicou novas regras para que as associações fizessem os descontos nas aposentadorias.O esquema veio a público com a Operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira, 23, pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com as investigações, os desvios originados de descontos ilegais em aposentadorias e pensões ocorreram entre os anos de 2019 e 2024, podendo chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme é estimado.Com o decorrer da operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado inicialmente e, em seguida, demitido do cargo.

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