O Cineclube Areal estreia no próximo dia 30 de abril, véspera de feriado, na sede da Nobir Produtora (Av. Tenente Cordeiro, 436, Centro, Parnamirim-RN), como uma nova iniciativa voltada à exibição audiovisual e ao incentivo ao debate crítico. As sessões ocorrerão semanalmente, sempre às 19h, com programação prevista até o final de maio.
A primeira sessão contará com a exibição de dois filmes dirigidos por “mulheridades” — termo que contempla mulheres cis, trans, travestis e pessoas trans não-binárias — do Sul Global. Após as projeções, haverá debates com mediação e presença de intérprete de Libras, buscando promover um espaço acessível, sensível e formativo junto ao público.
“A gente quer provocar. Não é só sobre gostar ou não do filme. É sobre sentir, refletir e conectar com as realidades do território e das pessoas”, afirma Ádila Santos, idealizadora do projeto. Ela destaca o desejo de fortalecer a relação com a comunidade local: “Gostaríamos que a maioria do público fosse de Parnamirim. É esse público que precisa ocupar esse lugar, que infelizmente não é tão promovido em nossa cidade”.
Em um município com oferta reduzida de iniciativas voltadas ao audiovisual, o Cineclube Areal representa uma tentativa à necessidade de democratização do acesso ao cinema e de ampliação das vozes em circulação. A curadoria, realizada pela uma equipe , priorizou produções brasileiras e latino-americanas que dialogam com diferentes linguagens, do documentário ao experimental, e que fogem das convenções do cinema tradicional.
Mais do que um espaço de exibição, o Areal se propõe como território simbólico. O nome faz referência às paisagens de Parnamirim e à resistência das dunas moldadas pelo vento. “O areal é um amontoado de areia que, apesar dos ventos, se mantém firme. É isso que queremos ser: um lugar de reinvenção e de valorização de narrativas que raramente chegam às grandes telas”, explica Ádila.
A proposta também se estrutura com base na acessibilidade e na valorização do protagonismo feminino. A equipe do projeto é majoritariamente composta por mulheres, e todas as sessões contarão com intérprete de Libras durante os debates.
Realizado com apoio da Fundação José Augusto, da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Norte, por meio da Lei Paulo Gustavo, com recursos do Ministério da Cultura e do Governo Federal, o Cineclube Areal não é apenas um evento. É uma aposta na potência da arte como instrumento de escuta, transformação e pertencimento.
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