Hoje, Natal vive um momento crítico em que a saúde e a vida de seus cidadãos estão sendo decididas pela gestão municipal, liderada pelo prefeito Álvaro Dias. A administração tem mostrado, de forma alarmante, que escolhe quem pode viver na cidade. Em um cenário onde a vida de diabéticos como eu depende de medicamentos essenciais, a decisão da prefeitura de limitar o acesso a insulinas específicas é uma escolha deliberada de quem tem o direito de viver sem complicações graves ou não.
No início de agosto deste ano, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), a Defensoria Pública e o executivo municipal de Natal firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar a distribuição de insulinas especiais, fundamentais para pacientes com diabetes. Parecia uma vitória, mas a realidade mostrou-se cruelmente diferente. Nesta terça-feira, dia 3 de setembro, ao tentar receber minhas insulinas, fui informada de que a Secretaria Municipal de Saúde decidiu que o protocolo interno, e não o tratamento prescrito por médicos, definiria qual insulina seria comprada e distribuída.
Essa decisão revela uma gestão que prioriza protocolos administrativos sobre a saúde e a vida das pessoas. Desde 2012, os pacientes que dependem do Prosus, serviço administrado pela Secretaria Municipal de Saúde, enfrentam a incerteza de receber ou não a insulina de que tanto necessitam. Em 2022, a prefeitura de Natal distribuiu insulina em apenas dois meses. Essa negligência levou o Ministério Público a denunciar a gestão por improbidade, mas, como sempre, as respostas foram escassas e as ações, limitadas.
A atual gestão do prefeito Álvaro Dias escolhe quem pode viver em Natal. As insulinas, que deveriam ser fornecidas regularmente pelo SUS, são distribuídas de forma descontinuada, colocando a vida de milhares de diabéticos em risco. E não estamos falando de um luxo, mas de uma necessidade vital. O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) exige cuidados contínuos, e a falta de insulina pode levar a complicações graves, como cegueira, falência renal, amputações e até a morte.
Eu sei bem o que isso significa. Fui diagnosticada com diabetes tipo 1 aos seis anos de idade, em 1990. Desde então, enfrento diariamente os desafios de viver com essa doença. Já fui hospitalizada em coma por falta de diagnóstico e tratamento adequado. Hoje, luto para manter minha saúde em dia, mas a falta de insulina fornecida pela Prefeitura de Natal tem me forçado a enfrentar micro derrames, infecções e problemas de visão.
E eu não estou sozinha. Diabéticos em toda a cidade enfrentam as mesmas dificuldades. A falta de fornecimento regular de insulina pela prefeitura transformou a manutenção da nossa saúde em uma batalha diária. Somos forçados a visitar médicos com frequência, a lutar para comprar medicamentos caros e a enfrentar um sistema de saúde que não respeita nossas vidas.
A gestão de Álvaro Dias escolheu quem pode viver em Natal. E, ao fazer isso, escolheu quem deve sofrer as consequências de um governo que não prioriza a saúde de seus cidadãos. Essa escolha deliberada é uma violação dos direitos humanos mais básicos. Não se trata apenas de negligência; é uma política de exclusão e invisibilidade, onde aqueles que dependem do sistema de saúde público são deixados à própria sorte.
Essa realidade precisa ser denunciada. Não podemos aceitar que a vida de milhares de pessoas seja colocada em risco por decisões políticas irresponsáveis. A prefeitura de Natal deve ser responsabilizada por suas ações, e a população tem o direito de exigir que sua saúde seja tratada com o respeito e a dignidade que merece.
Enquanto a gestão atual continuar a escolher quem pode viver em Natal, continuaremos a lutar. Porque a vida de cada cidadão deveria ser protegida, e não decidida por um protocolo frio e insensível. A cidade de Natal precisa de uma gestão que valorize a vida de todos os seus habitantes, sem exceções.
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