Lázaro Ramos debate identidade e racismo com estudantes na Bahia

Nesta sexta-feira, 21, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, a Secretaria da Educação (SEC) realizou o 2º encontro do “Nós por Nós: Projeto de Incentivo à Produção Literária do Campo, Indígena e Quilombola no Estado da Bahia”, no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador.

Leia Também:

Escolas estaduais promovem atividades pelo Dia Mundial da Água

Colégio Estadual de Água Fria recebe premiação da Olitef em Brasília

Educação de Jovens e Adultos cresce 15% e fortalece inclusão na Bahia

O evento contou a apresentação de um Awê, dança tradicional do povo Pataxó, realizada por estudantes do Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, localizado em Porto Seguro, e a participação do ator, diretor e escritor, Lázaro Ramos, autor do livro “Na minha pele”. O ator compartilhou com 170 estudantes de seis colégios estaduais suas experiências pessoais e reflexões sobre racismo, respeito às diferenças e formação de identidade.

Lázaro Ramos debate identidade e racismo com estudantes na Bahia

|  Foto: Luiz Carrera/SEC

A secretária da Educação, Rowenna Brito, falou sobre a importância em poder proporcionar momentos de interação e troca de experiências entre estudantes, professores e personalidades.“Nossa luta diária é para que eles possam ocupar os espaços e possam ter mais oportunidades. Trocar experiências com pessoas como Lázaro Ramos, que um dia foi estudante da rede estadual da educação, é inspirador”, destacou.Durante o encontro, Lázaro Ramos compartilhou como foi o processo de criação de seu livro “Na minha Pele”, que integra o conjunto de obras que serão trabalhadas pelo projeto “Nós por Nós”.”No começo, eu escrevi um livro muito pretensioso, cheio de lições de moral, como se eu fosse um cientista político, o que eu não sou. Com o tempo, percebi que precisava colocar meu coração nele. Foi quando comecei a falar da minha família, da escola em que estudei, dos meus sonhos e, principalmente, da arte. A arte sempre esteve presente na minha vida, e percebi que ela nos cura. Minha mãe, que trabalhava o dia inteiro e estudava à noite, fazia teatro e era feliz ali. Então eu entendi: eu precisava falar disso também”, disse.Ao final da palestra, foi aberto um momento de perguntas, no qual professores e estudantes puderam sanar suas dúvidas e curiosidades sobre o autor e o livro.A estudante Euza Maria de São Pedro Neta, 17 anos, aluna do Colégio Estadual do Campo Anna Junqueira Ayres Tourinho, localizado no distrito de Mataripe, em São Francisco do Conde, o presenteou com uma caneca com símbolo de sua escola e falou da importância encontro como forma de inspiração para os jovens da escola pública.”Nossa escola é do campo e abriga estudantes de diversas localidades. Cada pessoa estampada na caneca foi importante para a construção da nossa escola, que é um símbolo de resistência e nos torna únicos. Sempre fui muito fã do trabalho de Lázaro. Minha mãe também sempre admirou ele. Crescer vendo essa representatividade e ter a oportunidade de encontrá-lo foi algo muito especial. É algo que vai ficar para sempre no meu coração”, ressaltou.Participaram do 2º encontro do “Nós por Nós: Projeto de Incentivo à Produção Literária do Campo, Indígena e Quilombola no Estado da Bahia” estudantes dos colégios estaduais Marcílio Dias, de São Tomé de Paripe e de Aplicação Anísio Teixeira (CEAAT), localizados em Salvador; do Campo Anna Junqueira Ayres Tourinho, do distrito de Mataripe, em São Francisco do Conde; do Campo Nossa Senhora da Conceição Fazenda do Rosário Tempo Integral, de Maragogipe; Quilombola Bacia do Iguape, de Santiago do Iguape, em Cachoeira; Indígena de Coroa Vermelha, de Porto Seguro.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.