Câmara de Caicó debate pista de motocross e altos custos para ambulantes

A remoção da pista de motocross no bairro Nova Caicó e as taxas cobradas aos ambulantes durante o Carnaval foram os principais temas discutidos pela Câmara Municipal de Caicó na sessão desta segunda-feira 24. A retirada da pista gerou debate entre vereadores e representantes dos praticantes do esporte, que protestaram contra a decisão da prefeitura de desativar o espaço para dar lugar à construção de 200 casas do programa Minha Casa Minha Vida.

O vereador Alisson Jackson (PSDB) explicou que o terreno onde a pista está localizada é o único legalizado para receber recursos federais destinados ao projeto habitacional. “As casas não podem ser construídas em outro local porque o projeto exige ruas pavimentadas, iluminação e saneamento. Não podemos correr o risco de perder essas 200 unidades”, disse. Ele afirmou que o prefeito Judas Tadeu (PSDB) garantiu que será providenciado um novo terreno para a pista. “O prefeito já sinalizou que vamos realocar a pista e garantir um espaço adequado para os pilotos”.

Gustavo Nóbrega, representante dos praticantes de motocross, pediu apoio da Câmara para que a nova pista seja construída com melhores condições e tenha documentação regularizada. O vereador Fabinho da Saúde (PSDB) defendeu a causa e destacou a importância do esporte para o município. “Agora vamos buscar um espaço legalizado para que ninguém tire a pista novamente. Além disso, o motocross movimenta a economia local durante eventos, trazendo pilotos de várias cidades”, disse.

Outro tema que gerou discussão foi o valor cobrado aos ambulantes que desejam trabalhar durante o Carnaval. O vereador Mancuso (Republicanos) criticou os preços exigidos pela empresa vencedora da licitação para exploração do Corredor da Folia. “É um absurdo. Tem ponto custando até R$ 3 mil e ainda querem o pagamento antecipado. O comerciante pequeno não tem como pagar isso”, afirmou. Mancuso sugeriu que o pagamento fosse feito após o início do Carnaval ou que a prefeitura interviesse para reduzir os valores.

O vereador Alisson Jackson explicou que os preços são definidos pela empresa vencedora da licitação, mas que o município disponibiliza 0,8% dos pontos gratuitamente para ambulantes de baixa renda. “Esses espaços gratuitos são justamente para atender quem não tem condições de pagar pelos pontos mais caros”, esclareceu.

Além desses temas, outros assuntos foram discutidos na sessão. A vereadora Ana Aline Morais (PT) solicitou agilidade no corte de terra em comunidades rurais como Carrapateira e Barro Branco, afirmando que os moradores dessas áreas sempre ficam por último. Ela também pediu a construção de uma passagem molhada entre as comunidades Barra da Espingarda e Sobradinho para garantir o transporte escolar durante o período chuvoso. “Quando o rio enche, os estudantes ficam semanas sem acesso ao transporte escolar”, afirmou.

O vereador Diogo da Silva (Solidariedade) cobrou informações da prefeitura sobre a dívida do município, incluindo valores e empresas credoras. Ele também pediu detalhes sobre a folha de pagamento dos servidores do Hospital do Seridó e convocou uma audiência pública para discutir a causa animal em Caicó.

O vereador Artur Maynard (PSDB) propôs que a nova pista de motocross seja construída em um terreno próximo ao bairro Nova Caicó e sugeriu que a área seja administrada pela Secretaria Municipal de Esportes. “Com duas caçambas e uma máquina, podemos transferir o material e criar uma nova pista em poucos dias”, disse. Ele reforçou que a pista deve ter documentação regularizada para evitar novos problemas no futuro.

A sessão terminou com o compromisso dos vereadores de discutir com o prefeito Judas Tadeu a realocação da pista de motocross e a possibilidade de rever os custos cobrados aos ambulantes durante o Carnaval. Uma nova reunião foi marcada para quarta-feira 26, às 11h.

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